Sabemos
que ele é em primeiro um sacramento. Mas, o que é Sacramento?
Sacramento é o sinal
visível da graça de Deus, que opera por meio da
Igreja de modo visível, isto é, por meio dos sinais visíveis, pelos quais nos é
dispensado a graça divina opera: a água do Batismo, óleo dos catecúmenos e o
óleo do Crisma; óleo da Unção dos enfermos... são os sacramentais.
A função de cada
sacramento, como o próprio nome diz é nos fazer sagrados, nos tornar santos
pela ação do Espírito Santo durante esta vida e na vida eterna.
Jesus instituiu 7
Sacramentos: Batismo, Crisma, Eucaristia, Confissão ou Penitência, Unção dos
Enfermos, Ordem, Matrimônio.
Em especial vamos
aprender mais sobre a verdade do Batismo. O Batismo possui uma característica
especial e veio substituir um a circuncisão.
No Antigo Testamento Deus
instituiu como sinal de sua Aliança entre Ele e o povo de Israel a circuncisão, desde Abraão
que todo bebê do sexo masculino devia ser circuncidado. Consistia em que todo bebê judeu deveria ser circuncidado, tirava a parte do prepúcio do pênis. Este era o sinal de
consagração, era o sinal visível do contrato, (ou Aliança)
que Deus fez com Abraão, Isaac e Jacó. Portanto, Nosso Senhor Jesus Cristo,
enquanto homem era judeu e para cumprir a Lei foi circuncidado.
Mas, além deste, Deus
ainda pedia outro tipo de circuncisão, que é a circuncisão do coração. Isto é o
povo de Israel deveria servir somente a Deus amando-o de todo coração, pondo em
prática seus Mandamentos de romper com todo tipo de escravidão e de idolatria.
Os homens ao ver este sinal em seus corpos e no coração entenderiam que ele e não só Javé é Deus e Senhor,
como posteriormente toda sua família deveriam ser consagrados
a Deus.
Deut10,
14-16 - Eis que os céus e os céus dos
céus são do Senhor, teu Deus, a
terra e tudo o que nela há. Tão-somente o Senhor
tomou prazer em teus pais para os amar; e a vós, semente deles, escolheu depois
deles, de todos os povos, como neste dia se vê. Circuncidai, pois, o prepúcio
do vosso coração e não mais endureçais a vossa cerviz.
Jer4,4 - “Circuncidai-vos ao Senhor,
e tirai os prepúcios do vosso coração, ó homens de Judá e habitantes de
Jerusalém, para que o meu furor não venha a sair como fogo, e arda de modo que
não haja quem o apague, por causa da malícia das vossas obras.”
A palavra circuncidar
literalmente significa "cortar ao
redor". Como um rito religioso, a circuncisão era exigida de todos os
descendentes de Abraão como um sinal da aliança que Deus fez com ele (Gênesis
17, 9-14; Atos 7, 8). A Lei mosaica repetiu a exigência (Levítico 12, 2-3), e
os judeus ao longo dos séculos têm continuado a praticar a circuncisão (Josué
5:2–3; Lucas 1:59; Atos 16, 3; Filipenses 3, 5).
A visão cristã da
circuncisão é provavelmente mais bem descrita como uma combinação das duas.
No decorrer da história
do povo de Deus, mesmo com este sinal, a circuncisão que Deus exigia, a do
coração não era cumprida. Aquele povo estava de coração duro e vazio. A Lei era
cumprida somente no exterior e não dentro de cada um. Tanto que Jesus os chamou
de hipócritas e de sepulcros caiados pois, eles (os fariseus) que deviam
cumprir a Lei com o coração, isto é, por amor a Deus, faziam apenas para se
promoverem e para aparecerem perante a sociedade. (Mt23, 23-39)
Logo, a circuncisão
perdeu seu efeito principal que era fazer aquele povo recordar que era uma
nação consagrada e que por isso devia servir e amar a Deus de todo coração, com
amor e com toda alma e cumprir os seus Mandamentos. “Esse povo me hora com os lábios, mas, seu coração está longe de mim.” Is 29,13-Mt15, 8-9.
Nosso Senhor Jesus Cristo
veio para dar o exemplo, mas, eles, incircuncisos de coração rejeitaram a Boa
Nova da Salvação. "Veio para os seus, mas, os seus não o acolheram". Jo1, 11-13
O
BATISMO
A primeira vez que aparece a palavra batismo é no Novo Testamento, quando o profeta João o Batista, (que era filho de Isabel e do Sacerdote Zacarias, primos de Nosso Senhor), apareceu como o “Precursor do Messias”, isto é, o preparador para a chegada de Jesus Cristo, o Messias.
João Batizava as
pessoas imergindo-as na água como sinal de conversão. As pessoas acorriam a
João após ouvir sua pregação de que a salvação está a caminho. O Messias está
às portas. João fez muitos discípulos e estes também batizavam as pessoas. E depois, João entende que sua missão havia terminado, e manda que estes mesmos discípulos seguissem Jesus.
Batismo
vem da palavra grega “baptizem”.
Significa mergulhar, imergir. É O FUNDAMENTO DE TODA VIDA CRISTÃ. (Vitae Spritualis janua”), a porta que dá acesso aos demais
sacramentos. Pelo batismo somos libertados do pecado e regenerados como
filhos de Deus em Cristo; somos incorporados à Igreja e feitos participantes de
sua missão: “Baptimus est cracamentuum
regenerationis per aquan in verbo” – “O Batismo é o sacramento de
regeneração mediante a água e a palavra.” (Art. I – CIC, n. 1213)
Pelo Batismo de João as
pessoas eram lavadas ou purificadas. E estas arrependidas voltavam a prática
dos Mandamentos, traziam consigo a renovação da promessa de Deus pela vida do
Messias.
Mas, o próprio João disse
que Ele apenas batizava com água, e que seu batismo era como sinal de um
batismo maior que aconteceria no futuro com Aquele (Jesus Cristo) que batizaria
com Espírito Santo e com fogo. João falava do Batismo não só de água, mas o
Batismo no Espírito Santo, e como sacramento, aos quais nós todos desde
Pentecostes recebemos da Santa Igreja.
“Eu
batizo com água, mas virá alguém, após mim e este é mais forte do que eu. Eu
não sou digno nem de desatar o nó de suas sandálias. Ele vos batizará com o
Espírito Santo e com fogo”. Jo3, 16.
Nosso Senhor, que como todo
judeu havia sido circuncidado, também se apresentou no templo, foi até João
Batista e por ele foi batizado. Mt3, 13-17
Nosso Senhor Jesus
Cristo, não precisava ser batizado porque era perfeito em tudo e não tinha
pecado nem necessidade de conversão. Mas, para dar exemplo e para cumprir a Lei
foi batizado.
O “batismo” de João não é
a mesma coisa que batismo da Igreja. Ele prefigura o verdadeiro Batismo
instituído por Jesus. Enquanto que o batismo de João era para a conversão, o
batismo da Igreja é para a iniciação da vida cristã. É o primeiro Sacramento
que o cristão deve receber.
O PENSAMENTO ERRADO DOS PROTESTANTES – os protestantes confundem o batismo de João com o Batismo cristão. A forma é igual, mas, o sentido, o rito é diferente. E por isso, acham que o batismo cristão é para só apagar os pecados e por isso, dizem, é errado batizar criança porque criança não tem pecado e quando alguém se torna protestante tem que se rebatizar. Aí começa toda a confusão na cabeça das pessoas porque o Batismo cristão não é somente para apagar pecados. Ele apaga o pecado pecado original os demais pecados, e os futuros são perdoados pelo Sacramento da Confissão.
Acontece que o protestantismo não crê
nos demais Sacramentos e por isso não os tem. Levando o protestante mais uma
vez ao erro. O pensamento protestante é egoísta porque não aceita a graça de
Deus nos outros 06 Sacramentos dentre eles a Eucaristia e Confissão. Para eles
basta crer e aceitar Jesus e está salvo e, se pecar basta confessar diretamente
com Deus. Porque tais ainda que pudessem ou acreditassem não o pode fazer já
que não existe no protestantismo o sacerdócio devidamente ordenado. Isso faz com
que protestantismo manque por falta de pilares.
O mais importante do
Batismo é a Fé que o catecúmeno recebe. Fé que os pais e padrinhos pedem a
Igreja para seu filho(o) que crescerá já, dentro da Comunidade. Fé que a pessoa
levará até o dia do juízo. Fé que os tornará santos diante de Deus. Fé que os
fará participantes do real sacerdócio de Cristo. Fé que garantirá a Salvação.
Essa mesma Fé que unida a Jesus Cristo deverá ser nos demais Sacramentos.
O
QUE É O BATISMO CRISTÃO?
👉Identidade e vida nova - pelo Batismo nos tornamos cristãos. Recebemos
um nome que nos acompanhará para sempre. Pelo Batismo recebemos a marca de
Cristo e participamos com Ele igualmente da sua Ressurreição. Pelo Batismo,
morremos para o mundo e nascemos para Deus. Somos sepultados com Cristo e
renascidos por Ele. Pelo Batismo recebemos vida nova em Cristo, a vida dos
filhos de Deus.
👉Somos Lavados - lavados da culpa do pecado original, recebemos a veste branca para entrar
no banquete do Cordeiro. Vestes que foram lavadas por Jesus no Calvário entregue
aos seus eleitos.
👉Dignidade restaurada.
Pelo batismo nos tornamos filhos de Deus e herdeiros do Céu. A dignidade
perdida por Adão pelo pecado, pela graça do Batismo nos é devolvida.
👉Tornamos membros da
Igreja – na antiga aliança os homens depois da circuncisão,
ao completarem 12 anos eram apresentados no Templo e, depois de oferecidos os
sacrifícios, ganhavam o direito de ler as Escrituras, comentá-las e podiam
participar da Comunidade. Pelo Batismo
nos tornamos Igreja e membros da “igreja” a Comunidade de Cristo. Ganhamos
o direito de nela estar e dela participar e nela santificar nossa vida
servindo-a com amor, pois, é nela que Jesus quis que vivêssemos como
verdadeiros filhos de Deus.
👉Recebemos o Selo - pelo batismo somos marcados com o selo de Cristo, marca indelével que nos faz participantes de seu sacerdócio.
É verdade que a Igreja
batiza apenas crianças?
Não
é verdade. A Igreja batiza crianças, jovens e adultos.
O
batismo apaga pecados? Porque se apaga pecados as crianças não podem ser
batizadas, pois, elas não têm pecado.
Esta
é uma acusação que os protestantes fazem e que põem em dúvida muitos católicos.
O
batismo apaga os pecados atuais e os futuros pecados? Sim. Mas existe outras funções do Batismo:
Como aprendemos ele inicia a pessoa na vida cristã, e apaga os pecados original que herdamos de nossos primeiros pais Adão e Eva. O pecado original é uma marca que carregamos desde somos concebidos, o batismo restaura em nós a graça divina.
O que ensina o Catecismo da Igreja?
O
efeito principal do Batismo é a purificação dos pecados e um novo nascimento no
Espírito Santo – CIC 1262.
Pelo
Batismo, todos os pecados são perdoados, o pecado original e os pessoais. Com
efeito naqueles que foram regenerados não há nada que impeça de entrar no Reino
de Deus. (CIC 1263)
No cristão, mesmo depois do batismo, porém, certas consequências temporais do pecado permanecem, o sofrimento, a doença e a morte... a "propensão" do pecado ou concupiscência ou, metaforicamente o “Incentivo ao pecado”. Devemos combatê-la embora ela não seja capaz de prejudicar aqueles que com coragem resistem pela graça de Cristo. “O Atleta só recebe a coroa se lutar segundo as regras” (2Tm2,5)
Ou seja, mesmo batizados ainda existe em nós a inclinação para o pecado. Embora seus efeitos não são mais devastadores porque pela graça divina agora somos capazes de lutar e vencer se seguirmos as regras. E quais são as regras? a) Ter consciência que errou, b) fazer uma análise de vida e buscar consertar o erro, c) arrepender-se e buscar o perdão, d) mudança de vida e propósito. O Batismo garante esta força para vencer todas as tentações do pecado.
“Porque
todos pecaram e estão privados da graça de Deus.” - Rm3, 23
– “Isto é, a justiça de Deus, por intermédio da fé em Jesus Cristo para
todas as pessoas que creem. Porquanto não há distinção. Porque todos pecaram e
destituídos estão da glória de Deus, sendo justificados gratuitamente por sua
graça, mediante a redenção que há em Cristo Jesus…”
“Por nascerem com uma
natureza humana decaída e manchada pelo pecado original, também as crianças
precisam do novo nascimento no Batismo”. (CIC – 1250)
Sabendo, pois, que o Batismo é
necessário para a Salvação, e que somente este é o meio pelo qual se pode
garantir a entrada na eternidade e não reconhece outro, a Igreja não
negligencia o Batismo e cuida para que todos possam ser batizados.
(CIC-1257) Portanto, as crianças têm o direito de receber o batismo e os pais
cristãos tem o dever de levar seus filhos para serem batizados.
E os pecados futuros?
Pelo batismo nos é restituída a graça da Redenção. Deus sabe que somos pecadores, ele nos ama, mas, ele detesta o pecado. Ama o pecador em sua infinita misericórdia; por meio de Jesus Cristo instituiu o Sacramento da Confissão, para que através dele todos os batizados possam ser perdoados se de coração buscarem o arrependimento.
Batismo e Circuncisão
No
Antigo Testamento os judeus eram circuncidados quando eram ainda bebês, mas,
também havia circuncisão de adultos. Por exemplo, quando uma judia se casava
com uma pessoa de outra nação, mandava a Lei de Moisés que este antes de se
casar devia se converter ao judaísmo e ser circuncidado.
A criança depois da circuncisão era levada ao Templo e apresentada a toda comunidade.
A
Igreja conservou esta tradição. A criança é batizada e, depois que se torna
jovem ou mesmo adulta é dado a ela o Sacramento da Confirmação (o Crisma) é
confirmada na fé da Igreja.
No
rito do batismo os pais e os padrinhos respondem a Profissão de Fé da Igreja
pela criança. Esta profissão de fé é renovada no dia da Crisma pelo próprio
crismando.
No
Novo Testamento Jesus mandou batizar. Não existe idade máxima e mínima para o
batismo.
Objeção dos protestantes: “as crianças de colo não podem ser batizadas
porque elas não podem ainda aprender sobre a palavra, não têm consciência do
que estão recebendo”.
Pelo contrário! Em Mt28, 19-20, Jesus manda primeiro batizar, depois ensinar a sua Doutrina. “Ide, pois, (...) batizai, (...) Ensinando a observar tudo o que vos tenho ordenado!” – como podemos observar que Jesus não ordena pregar a palavra primeiro ao catecúmeno; manda batizar primeiro logo, podemos crer que isso se deve porque as crianças também devem ser batizadas. Quem pedirá a fé para seus filhos são os pais, quem os educará na fé serão os pais, quem dará e confirmará esta mesma fé é a Igreja.
Os pais e padrinhos são responsáveis por catequisar a criança.
👉O primeiro contato com a Fé, com a
Palavra e a Doutrina se dá através dos pais e dos Padrinhos. Por isso, é
necessário que antes pedir o batismo para os filhos, os pais sejam pessoas de
fé, católicos assíduos, devem ter uma vida cristã reta e os padrinhos também
devem ser pessoas de fé capazes de ajudar seus afilhados a crescer na fé da
Igreja.
O Batismo e todos os Sacramentos não são acontecimentos sociais, portanto, não se escolhe um padrinho ou madrinha pelo status social, por interesse, mas, por causa da sua boa formação de moral cristã, porque em falta dos pais os padrinhos assumem o dever de cuidar dos afilhados físico e espiritualmente.
Porque os protestantes
dizem que não se pode batizar crianças?
O
erro protestante é achar que o Batismo cristão é o mesmo batismo de João. Não! O Batismo de João é prefiguração
do Batismo cristão.
O
batismo cristão é para tornar a pessoa filho de Deus, restituir a graça perdida
pelo pecado original e tornar a pessoa membro da Igreja. Não tem nada a ver com
o batismo de João Batista. Se uma família é cristã, se o casal é batizado os
pais podem batizar os filhos grandes ou pequenos. Se for adulto deverá passar
por uma preparação para receber o batismo. “Quem
crer e for batizado será salvo!” (Mc16, 15-18) Crer é a primeira condição
para que possamos aderir ao projeto de salvação de Deus. Por isso, o Evangelho
de hoje nos propõe assumir a vida nova que Jesus Cristo veio nos trazer pela fé
e conversão. Uma criança ainda não pode crer, mas, se é filho(a) de pais
cristãos, os pais respondem pela fé da criança. Em Atos diz que quando os
Apóstolos batizavam costumavam batizar a famílias inteiras, pois, era costume
que se o Patriarca da família tomasse uma atitude, todo o restante da família
aderia a ele. Portanto, é de supor que se o pai fosse batizado toda sua família
seria, incluindo a esposa os outros adultos e também as crianças.
Quem afirmar que a Igreja só batiza crianças ou que só se deve batizar só adultos é mentiroso. Jesus não deixou um manual ou nenhuma orientação dizendo tal coisa. Apenas que anunciasse o evangelho e batizasse. Ora, se o batismo de crianças acontece, em primeiro lugar é porque de alguma forma o evangelho já chegou àquelas famílias e, por conseguinte, os pais são cristãos. Agora, se um adulto que se converteu desejar o batismo a este sim, o catecúmeno deverá passar por um processo que preparação antes de receber o sacramento. A Pastoral do Batismo cuidará de sua acolhida e da preparação necessária.
No caso das crianças, a Igreja prepara os pais para o Batismo. Quem cuida é a Pastoral do Batismo. Depois, no futuro, a criança, o jovem e o adulto deverá será encaminhado para a Catequese na Paróquia ou na Comunidade em que pertence e com a ajuda dos catequistas darão continuidade à sua formação cristã para receber os demais Sacramentos.
👇O que o Catecismo nos ensina sobre o Batismo? 👇
CIC = Catecismo da Igreja Católica
O Batismo de crianças:
(CIC - 1250,1251, 1252) – Por nascerem com uma natureza humana decaída e
manchada pelo pecado original, também as crianças precisam do novo nascimento
no Batismo, a fim de serem libertadas do poder das trevas e serem transferidas
para o domínio da liberdade dos filhos de Deus, para qual todos os homens são
chamados. A gratuidade pura da graça da
salvação é particularmente manifesta no Batismo das crianças. A Igreja e os
pais assim privaram a criança da graça inestimável de se tornar filha de Deus,
se não lhe conferirem o Batismo pouco depois do nascimento.
Os
pais cristãos hão de reconhecer que esta prática corresponde também a sua
função de alimentar a vida que Deus lhes confiou.
A prática de batizar crianças é uma tradição imemorial da Igreja. É atestada explicitamente desde o século II. É bem possível, porém, que, desde o início da pregação apostólica, quando “casas” (famílias) inteiras receberam o Batismo, também se tenha batizado crianças.
O batismo pode ser apenas
em nome de Jesus?
Não.
O Batismo é feito em nome da Santíssima Trindade. O Pai, Filho e Espírito
Santo.
“Portanto ide, fazei
discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do
Espírito Santo; ide, pois, e ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do
Pai, do Filho e do Espírito Santo!” (Mt28, 19).
Está no Evangelho e se o batismo não for dado em nome das três pessoas da Santíssima Trindade não é válido. É por isso que a Igreja Católica não reconhece o batismo de algumas denominações. Porque não se pode batizar em nome de Deus, de Jesus ou do Espírito Santo. Simplesmente porque se fizer isso é idolatria, pois, Deus é um só em três pessoas e não três deuses. O Pai é Deus, Jesus é Deus, com o Espírito Santo é um só Deus.
Antigamente o batismo era feito somente no dia da Vigília Pascal, isto é, no sábado santo após a sexta-feira da paixão. Depois passou a ser dado em outras épocas do ano.
Imersão,
aspersão ou derramamento de água?
Eis
a dúvida... Os protestantes dizem que o batismo só pode ser por imersão baseado
no batismo de João. E porque Baptizem
significa mergulhar.
Mas,
o Batismo cristão não deixa claro uma maneira apenas de se batizar. Então a
Igreja Católica aceita os três desde que seja obedecido o rito próprio.
CIC
– 1214: Ele é denominado Batismo com base no rito central pelo qual é
realizado: Batizar, baptizem em grego quer dizer “mergulhar”, “imergir”. O mergulho
na água significa sepultamento do catecúmeno na morte de Cristo, da qual Ele
ressuscita como “nova criatura” (1Cor5, 17; Gl6, 15)
CIC
– 1215: Este Sacramento também é chamado de “o banho da regeneração e renovação
no Espírito Santo” (Tito 3, 15), pois ele significa e realiza este nascimento,
a partir do Espírito, sem o qual
Ninguém
“poderá entrar no reino de Deus” (Jo3,5).
CIC
– 1216: “Este banho é denominado iluminação. Porque aqueles que recebem este
ensinamento (catequético) têm o espírito iluminado... Depois de, no Batismo,
receber o Verbo, “a luz verdadeira, que vindo ao mundo a todos ilumina”
(Jo1,9), o batizado, “após ter sido iluminado”
se converte em “luz do Senhor” e em luz ele mesmo (Ef5,8)
O
Batismo “é o mais belo e o mais magnífico dom de Deus [...] Chamamo-lo
de dom, graça, unção, iluminação, veste de incorruptibilidade, banho de
regeneração, selo e de tudo que existe de ais precioso. Dom, porque é conferido àqueles que trazem; graça, porque é dado até
aos culpados; batismo, porque o pecado é sepultado na água; unção,
porque é sagrado e régio (tais são os que são ungidos); iluminação, porque é luz
resplandecente; veste, porque cobre nossa vergonha; banho, porque lava; selo, porque nos guarda e é o sinal do
senhorio de Deus.
CIC
- 1253 / Fé e Batismo – O Batismo é sacramento de fé – a fé, no entanto, tem a
necessidade da comunidade dos crentes. Cada um dos fiéis só pode crer dentro da
fé da Igreja. A fé que se requer para o Batismo não é uma fé perfeita e madura,
mas, um começo que deve se desenvolver. Ao catecúmeno ou ao seu padrinho é
feita a pergunta: “Que pedes a Igreja de Deus?” E ele responde: “A fé!”
Em
todos os batizados, crianças e adultos a fé deve crescer - (1254) após o
Batismo. Por isso, a Igreja celebra a cada ano, na noite Pascal, a renovação
das promessas batismais. A preparação para o Batismo leva apenas ao limiar da
vida nova. O Batismo é a fonte da vida nova em Cristo, fonte esta da qual brota
toda a vida cristã.
CIC
- 1255 – Para que a graça batismal possa se desenvolver, é importante a ajuda
dos pais. Este é também o papel do padrinho ou madrinha, que devem ser cristãos
firmes, capazes e prontos a ajudar o novo batizado, criança ou adulto, em sua
caminhada na vida cristã. A tarefa deles é uma verdadeira ação eclesial
(“officium”). A comunidade eclesial inteira tem uma parcela de responsabilidade
no desenvolvimento e na conservação da graça recebida no Batismo.
Na
liturgia da Vigília Pascal, quando é benzida a água do batismo, a igreja
recorda os acontecimentos da história da salvação que prefiguravam o Batismo.:
“Ó Deus, pelos sinais visíveis dos sacramentos realizais maravilhas invisíveis.
Ao longo da história da salvação, vós vos servistes da água para fazer conhecer
a graça do Batismo”.
Desde
a origem do mundo, a água, criatura humilde e admirável, é fonte de vida e
fecundidade. A Sagrada Escritura a vê como “incubada” pelo Espírito de Deus.: “Já
na origem do mundo, vosso Espírito pairava sobre as águas para que elas
concebessem a força de santificar”.
CIC
- 1219 – A Igreja viu na Arca de Noé, uma prefiguração da salvação e do
Batismo. Por ela, com efeito, “poucas pessoas, (08), foram salvas por meio da
água – 1Pd3, 20: “Nas próprias águas do dilúvio, prefigurastes o nascimento da
nova humanidade, de modo que a mesma água sepultasse os vícios e fizesse nascer
a santidade”.
CIC
- 1220 – Se a água de fonte simboliza a vida, a água do mar é um símbolo da
morte, razão pelo qual o mar poderia prefigurar o mistério da Cruz. Por este
simbolismo, o Batismo significa a comunhão com a morte de Cristo.
CIC
- 221 – É sobretudo a travessia do mar vermelho, verdadeira libertação de
Israel da escravidão do Egito, que anuncia a libertação operada pelo Batismo.:
“Concedestes aos filhos de Abraão atravessar o Mar Vermelho a pé enxuto, para
que, livres da escravidão, prefigurassem o povo nascido na água do batismo”.
CIC
- 1222 – Por fim, o Batismo é prefigurado na travessia do rio Jordão, pela qual
o povo de Deus recebe o dom da terra prometida à descendência de a Abraão,
imagem da vida eterna. A promessa desta herança bem-aventurada realiza-se na
Nova Aliança.
O Batismo de Jesus
CIC
- 1223 – Todas as prefigurações da Antiga Aliança encontram sua realização em
Jesus Cristo. ele começa sua vida pública depois de ter feito batizar por São
João Batista, no rio Jordão. Após sua ressurreição, ele confere a missão aos
Apóstolos: “Ide, pois, fazer discípulos em todas as nações, e batizai-os em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-lhes a observar tudo que vos
tenho ordenado!” (Mt28, 19-20).
CIC
– 1224 – Nosso Senhor submeteu-se voluntariamente ao batismo de São João,
destinado aos pecadores, para cumprir toda a justiça. Este gesto de Jesus é uma
manifestação do seu “aniquilamento”. O Espírito que pairava sobre as águas da
primeira criação desce então sobre Cristo, como prelúdio da nova criação e ao
Pai manifesta Jesus como seu “filho amado”. – 1225, Com sua Páscoa, Cristo
abriu a todos os homens as fontes do Batismo. Com efeito, já havia falado da
paixão que ia sofrer em Jerusalém como de um “batismo”, com o qual deveria ser
batizado. O Sangue e a água que escorreram do seu lado traspassado são sinais
do Batismo e da Eucaristia, Sacramentos da vida nova. Desde então é possível
“nascer da água e do espírito” para entrar no reino de Deus (Jo3,5).
“Vê
quando és batizado, donde vem o Batismo, se não da cruz Cristo, da morte de
Cristo. Lá está todo o mistério: ele sofreu por ti. É nele que és redimido, é
nele que és salvo e, por tua vez, te tornas salvador”.
O Batismo na Igreja
CIC-1226
– A partir do dia de Pentecostes, a Igreja celebrou e administrou o Batismo.
Com efeito, São Pedro declara à multidão impressionada com sua pregação: “Convertei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo, para o perdão dos pecados. E recebereis o dom
do Espírito Santo!” (At2, 38). Os apóstolos e seus colaboradores oferecem o
Batismo a todos aquele que crê em Jesus: judeus, tementes a Deus, pagãos. O
Batismo aparece sempre ligado à Fé. “Crê
no Senhor Jesus e serás salvo, como também todos de sua casa”. Declara São
Paulo ao carcereiro de Filipos. O relato prossegue: “E, imediatamente foi
batizado com ele todos os seus familiares” (At16,31-33).
CIC-1127
– Segundo São Paulo, o crente comunga, pelo Batismo, na morte de Cristo, é
sepultado e ressuscita com ele:
“Batizados no Cristo Jesus, é na sua morte que fomos
batizados. Pelo batismo fomos sepultados com ele na morte, para que como Cristo
foi ressuscitado dos mortos pela ação gloriosa do Pai, assim também nós vivamos
uma vida nova.” (Rm6, 3-4)
Os batizados “vestiram-se de Cristo”. Pelo Espírito Santo o batismo é um banho que purifica, santifica, justifica. 1228 – O Batismo é, pois, um banho de água no qual “a semente incorruptível” da Palavra de Deus produz seu efeito vivificante. Santo Agostinho diz do Batismo: “Accedit verbumad elementum, et fit Sacramentum” – Une-se a palavra ao elemento, e acontece o Sacramento.
Pelo
Batismo nos tornamos novas criaturas, filhos adotivos do Pai, participantes da
sua natureza divina. Nos tornamos templos do Espírito Santo. Nos dá a graça
santificante e a justificação que:
a) Nos
torna capaz de crer em Deus, de amá-lo por meio das virtudes teologais (Fé,
Esperança e Caridade).
b)
Concede o poder de viver e agir movidos
pelo Espírito Santo e por seus dons.
c) Permite
crescer no bem pelas virtudes moais, (sabedoria; prudência; justiça; fortaleza;
coragem; liberalidade; magnificência; magnanimidade; temperança.)
Assim
toda raiz sobrenatural do cristão está no Batismo. (CIC / 1265-1266).
Pelo Batismo Somos
Incorporados ao Corpo de Cristo, Isto é na Igreja.
O
batismo nos faz membros do Corpo de Cristo, isto é a Igreja. Cristo é o cabeça
da Igreja e juntamente com todos os batizados formamos um só corpo. Das fontes
batismais nasce um único povo, povo de Jesus Cristo. O povo da nova Aliança supera
todos os limites naturais humanos. Portanto não há distinção de raça, cor e
sexo, “fomos batizados num só Espírito e formamos um só corpo”. (1Cr12, 13) –
tornamo-nos pedras vivas para a construção do reino de Deus participando com
Cristo em seu sacerdócio real, somos o povo escolhido a nação régia que ele a adquiriu por meio da sua morte na
Cruz para nós proclamemos seus grandes feitos ele nos chamou das trevas para a
luz. (1Pd2, 19) O batismo nos faz participar do sacerdócio comum dos fiéis.
A
partir do batismo o batizado não pertence a si mesmo mas a Jesus e, portanto, é
chamado a submeter-se a Ele e servi-lo em comunhão com a Igreja sendo-lhe
obediente e aos seus legítimos representantes com amor cumprir seus deveres de
cristão e gozar também dos seus direitos como filhos de Deus e da Igreja de ser
sustentado pela Palavra e pelos Sacramentos.
Todos
têm o dever, pelo Batismo de professar a Fé que recebeu da Igreja e diante dos
homens ser testemunhas vivas de Cristo e seu Evangelho e de participar da
atividade missionária do povo de Deus. (CIC – 1270/1271/1272)
CIC
- 1271 – O Batismo constitui o fundamento da comunhão entre todos os cristãos.
Também com os que não estão em comunhão com a Igreja Católica.
“Com
efeito , aqueles que creem no Cristo e foram validamente batizados acham-se em
certa comunhão, embora não perfeita, com a Igreja Católica [...] Justificados pela fé no Batismo, são
incorporados a Cristo e, por isso, com razão são honrados com o nome de
cristãos e, merecidamente, reconhecidos pelos filhos da Igreja como irmãos no
Senhor. “O Batismo constitui, pois, o vínculo sacramental da unidade que liga
todos os que foram regenerados por ele.
CIC-1272
– Incorporado em Cristo pelo Batismo, o batizado é configurado a Cristo. O
Batismo sela o cristão com o sinal indelével (“charatcter’) de sua pertença a
Cristo. Pecado algum apaga esta marca ainda que possa impedir o Batismo de
produzir frutos de salvação. Dado uma vez por todas, o Batismo não pode ser
reiterado.
👉Ou
seja, pelo Batismo todos somos irmãos independente de qual denominação
religiosa pertençamos. O Batismo é conferido uma só vez e, por isso, não existe
rebatismo. Se a pessoa foi batizada, ela está selada para sempre pelo Espírito
Santo não há necessidade de batizar novamente.
1273
– Incorporados à Igreja pelo Batismo, os fiéis receberam o caráter sacramental
que os consagra para o culto religioso cristão. O selo batismal capacita e
compromete os cristãos a servirem a Deus, em uma participação viva na sagrada
liturgia da Igreja e a exercem seu sacerdócio batismal pelo testemunho de uma
vida santa e de uma caridade eficaz.
CIC-1274
– O “selo do Senhor” (“Dominicus charatcter”) é o selo pelo qual o Espírito
Santo nos marcou “para o dia da redenção” Ef, 4, 30.
O
Batismo é o selo da vida eterna. O fiel que tiver guardado esse selo até o fim,
fiel às exigências do seu Batismo, poderá caminhar “marcado com o sinal da fé”
e com a fé do seu Batismo, à espera da visão feliz de Deus – consumação da Fé –
e na esperança da ressurreição.
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