quinta-feira, 9 de maio de 2024

SOLA FIDE - A FALSA DOUTRINA PROTESTANTE, FÉ SEM AS OBRAS

 

            


A doutrina da  SOLA FIDE ou "fé somente" afirma que é exclusivamente baseado na Graça de Deus, através somente da fé daquele que crê, por causa da obra redentora do Senhor Jesus Cristo, que são perdoadas as transgressões da Lei de Deus. 

Se perguntarmos para um protestante o que é preciso para ser salvo receberá a resposta: “crê no Senhor Jesus e será salvo!”.

 Lutero criou a doutrina da Sola Fide partindo do pressuposto de que basta apenas crer para ser salvo, tendo em vista que Lutero tinha conflitos entre si, conflitos de consciência sobre os pecados que apesar da Confissão não se achava capaz de superá-los. Tendo um imenso medo do castigo eterno procurava encontrar razões pelas quais justificaria o perdão dos pecados, como ele mesmo descreve em suas memórias: “Quem não crê como eu é destinado ao inferno, minha doutrina é a doutrina de Deus. Meu juízo é o juízo de Deus". (WEIMAN,  X, 2. ABT., 107) e sobre o pecado dizia: "sê pecador e peca fortemente, mas crê com mais força e alegra-te com Cristo vencedor do pecado e da morte... Durante a vida devemos pecar!".

            Lutero admitiu o texto de Mc16, 16-18 – “Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crê será condenado” [...], mas, essa passagem do Evangelho por si só não se sustenta sem entender o que significa crer. Acreditar é dar crédito, confiança e aceitação à alguma coisa. Crer segundo o Evangelho é aceitar aquilo que Nosso Senhor deixou para que cumpríssemos, pois, crer por si só até o diabo crê, mas, contudo o diabo acredita em Jesus, mas, não tem fé.

            E se crer em Jesus fosse o suficiente para a salvação não seria necessário praticar aquilo que Nosso Senhor Jesus pede em seu Evangelho que é a prática das virtudes ou as boas obras.

            É por isso que vemos no meio protestante se dar mais ênfase às pregações do que à caridade em si.

            O protestantismo que surgiu no século XVI exclui a existência da lei de Cristo quanto à necessidade das boas obras e da prática dos Mandamentos para a salvação. Textos tão claros da Sagrada Escritura aos quais Nosso Senhor diz que Deus retribui a cada um segundo suas obras.

            Com isso Lutero e, agora seus seguidores, insistem em menosprezar as obras cujas, quais não se pode um cristão salvar-se sem a prática delas. Um absurdo iniciado por Lutero que é um engodo, deixando de lado os meios edificantes pelos quais a Sagrada Escritura é clara ao afirmar.

            Tiramos o exemplo do Evangelho (Mt19, 16-30) o diálogo entre o homem rico e Jesus:

            Diz o homem:

- “Mestre que devo fazer para ter a vida eterna?”

Jesus responde:

- “Se queres entrar na vida eterna, obedeça aos mandamentos!”

- “Quais?”, Pergunta o jovem.

Jesus responde:

“Não matarás, não cometerás adultério, não furtarás, não darás falso testemunho, honra teu pai e tua mãe, ame ao próximo como a ti mesmo” ...

Disse o homem:

- “Isso tudo tenho observado, o que me falta?”

Jesus responde:

- “Vende todos os seus bens, dê aos pobres e depois vem e siga-me!” [...]

E o texto conclui dizendo que aquele homem se afastou de Jesus porque tinha muitos bens.

 

Ora, aqui vê-se claramente que Jesus enfatizou a necessidade das boas obras para a salvação. Cai por terra a argumentação protestante de que basta apenas crer para ser salvo.

Se assim o fosse Jesus diria: “basta crer em mim e você será salvo”, no entanto, Jesus pede “obedeça aos Mandamentos”, e no final pratique a caridade, isto é, distribua sua riqueza aos pobres e depois siga-me. A fé é graça, mas exige de nós confiança na pessoa de Jesus. Ela exige de nós a consciência de quem é Jesus e o que ele pode fazer em nosso favor.

  

O chamado de Jesus a segui-lo implica estar com ele não só nesta vida, mas, também na eternidade.

Por isso essa doutrina de que basta crer para ser salvo não passa de um desejo orgulhoso e de uma autossuficiência sem respaldo algum na Sagrada Escritura.

Agindo assim a pessoa deixa de lado os aspectos mais edificantes que levam uma pessoa ao egoísmo de achar-se autossuficiente sem a necessidade de proceder segundo aquilo que a própria Bíblia determina como maneiras pelas quais devemos agir para sermos salvos.

Mas, porque Lutero insistia na salvação só pela fé? 

Lutero entrou para a vida religiosa sem vocação. Era rebelde e cheio de conflitos internos e tinha uma grande dificuldade de obediência a seus superiores. Querendo fugir do mundo exterior abraçou a vida religiosa, mas, por ser temperamental demais não encontrou paz na vida religiosa desagradando a si e seus companheiros. O historiador protestante Adolf Hausrath na sua biografia sobre Lutero diz que “ele era um homem doente e anormal”. Da mesma opinião é o médico Guilherme Ebstein em sua obra de 1908. Atesta também as obras de 1937-1941 – do médico P. J. Reiter intitulada: Ambiente, Caráter e Psicose de Martinho Lutero atesta a mesma opinião.

 

Lutero, por causa das suas tentações e sua natureza corrompida, doentiamente achava-se um predestinado. Queria ter a sensação de que seus pecados já haviam sido perdoados e que se achava na graça de Deus autossuficiência para seus pecados sem a necessidade de arrependimento ou das obras para a salvação. Dominado por seus escrúpulos chegava a confundir as tentações com o próprio pecado. Como ele mesmo chega a dizer: “Quando eu era monge, acreditava imediatamente que perdia a salvação, cada vez que experimentava a concupiscência da carne, isto é um mau movimento de ódio e de inveja a respeito de um irmão, etc. Eu punha em uso muitos remédios, confessava-me diariamente, mas isto não me servia para nada. Porque sempre a concupiscência da carne reaparecia. Eis porque eu não podia achar a paz, mas estava perpetuamente em suplício pensando: Tu cometeste tal e tal pecado, estás ainda sujeito á inveja, à impaciência, etc. Foi em vão que recebeste as ordens e todas as tuas obras são inúteis”.                                  

 

Vê-se claramente nas afirmações dos doutores que Lutero padecia de uma doença psicológica na qual sentia uma enorme inquietude interior e não encontrava forças para vencer seus temores. O medo da morte e do Juízo levava-o a sentir terror e mesmo com a ajuda de seu diretor espiritual não encontrava a paz desejada. Para resolver isso ele preferiu apoiar-se na ideia de que se a Escritura diz que “basta crer e ser batizado e será salvo” – a resposta para seus problemas.

Lutero rejeitou o Sacramento da Confissão e todas as outras orientações da Bíblia referente a Salvação, alicerçando em uma falsa doutrina e uma falsa perspectiva de salvação que não tem raízes sólidas na Sagrada Escritura. Cria a Sola Scriptura parta dar apoio ao seu comportamento temperamental, ou seja, à sua crise de consciência. Ele não acreditava na Confissão porque não era capaz de emenda-se de seus pecados. No fundo ele sabia que a Confissão é um sacramento instituído por Jesus.

 

E nos anos que se segue, até os dias de hoje as denominações protestantes sem fazer um estudo sério e sem conhecer a causa com que Lutero criou essa falsa doutrina simplesmente adotam a salvação sem as boas obras como base de seus ensinamentos.

Cada vez mais desesperado ele estava convencido de que o homem não é livre e não pode se libertar do pecado, encontra na Carta aos Romanos: “Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá pela fé”. -  (Rm1, 17) a solução dos seus problemas.

Mas o mesmo Apóstolo sustenta em 1Cr16, 14: “Todas as vossas obras sejam feitas em caridade”. O mesmo Paulo que diz que o justo viverá pela fé diz que é preciso fazer as boas obras.

Foi a orientação individualista de Lutero e hoje de muitos protestantes que o impediram de assimilar o ensinamento de São Paulo. Pois, este mesmo Apóstolo em todas as demais epístolas, em consistência com as palavras do Evangelho deixou claro a importância das obras para a Salvação. E em 1Cr12, 2 São Paulo nos ensina que a fé não é nada sem a caridade. Ou seja, todas as nossas ações devem ser acompanhadas do espírito de fé que é a base de toda vida cristã.

Jesus disse: “Se queres entrar na vida eterna, obedeça aos Mandamentos”. Esquivar-se das obras para justificar uma salvação meramente individualista no sentido de que basta apenas crer é algo mesquinho.

Mas, porque São Paulo diz então em Rm3, 28 que o “homem é justificado pela fé sem as obras da Lei?” – Sim, porque São Paulo está se referindo que nós cristãos, o povo da Nova Aliança, não precisamos cumprir as determinações cerimoniais da Antiga Lei judaica. Nossa Lei é Cristo, nossa salvação está em Cristo.

 Lutero erroneamente toma isso como base, como se São Paulo estivesse dizendo para não obedecer a lei nenhuma, nem os Mandamentos.

São Paulo em Rm3, 21:7,6; fala da liberdade dos filhos de Deus e diz que soltos estamos da lei da morte, na qual estávamos presos, de sorte que sirvamos, em novidade do espírito e não na velhice da letra. Lutero toma isso no sentido de que os cristãos já estão libertos de todas as leis bastando apenas crer. Com isso Lutero esvaziou a salvação pelas obras tanto bem explícitas nos Evangelhos e que muitas denominações protestantes ainda insistem em seguir sem mesmo perceber que estão totalmente em desacordo com a Sagrada Escritura. De maneira nenhuma São Paulo enfatiza que devemos apenas crer para ser salvo, que só a fé salva. As obras da lei que São Paulo fala são as obras cerimoniais da Lei de Moisés que foram cumpridas por Jesus e por conseguinte já não temos mais que as cumprir. Pois, a Lei é para os judeus e na Nova Aliança dada por Jesus haveria um novo povo onde haveria pessoas convertidas de diferentes nacionalidades que não estavam sob o jugo da lei mosaica. No entanto, São Paulo é categórico em afirmar que a fé deve ser acompanhada da esperança e da caridade fraterna que são as boas obras do Evangelho. Não se pode salvar-se apenas crendo, mas amando uns aos outros e esforçando-se para viver na graça, longe do pecado.   

 Porque Lutero criou a Sola Fide?  

A finalidade de Lutero era procurar uma doutrina que justificasse a sua vida devassa e a resposta para a sua mente doentia. Ele queria salvar-se a qualquer custo, mas, por causa do seu temperamento não se achava suficiente para emendar-se de seus erros e achou (erroneamente) a solução na negação do livre arbítrio e na salvação sem as obras. Obras pelas quais ele não tinha forças o suficiente para realizar porque era extremamente vaidoso, arrogante, impetuoso e padecia crise moral.

Vendo isso não podemos compreender porque as igrejas ainda hoje insistem com esta falsa doutrina que não tem base. Ou será que os pastores e os fiéis destas igrejas têm o mesmo caráter doentio de Lutero? [...]

Qual era o critério utilizado por Lutero para sustentar a doutrina da salvação sem as obras e que basta apenas crer?

Lutero tinha um grande conflito com o pecado original e dizia:

“O anjo também não é livre porque o “livre-arbítrio é o apanágio exclusivo de Deus”. Mas, com o homem aconteceu a grande desgraça, foi o pecado original que tornou a nossa vontade inteiramente corrompida, completamente dominada pelo mal, e isto para toda a vida” [...] “Nossa pessoa, nossa natureza, todo nosso ser está corrompida pela queda de Adão... Nosso pecado não é em nós uma obra ou uma ação, é a nossa natureza e todo nosso ser”.

No comentário à Carta aos Romanos (Rm5) afirma: “o pecado original é, ‘não somente a privação de qualidade na vontade, não somente a privação de luz na inteligência e de poder na memória, mas a completa privação de toda retidão do homem interior e exterior. É a própria tendência para o mal, náusea para o bem, aversão à luz e à sabedoria, amor ao erro e às trevas, fuga e abominação das boas obras, corrida para o mal.”

“A consequência disso é que o homem só pode fazer o mal: ‘o homem, não sendo senão como um tronco podre, não pode produzir senão corrupção, não pode senão querer fazer o mal”.

“Tudo o que compreenderes, por belo e brilhante que seja, é pecado e continua sendo pecado. Faze o que quiseres, não podes senão pecar”.

“E tudo que o homem faz é, por natureza pecado mortal: ‘Todo pecado no que diz respeito à substância do fato é mortal”.

 

Diante disto, segundo Lutero trazemos desde o nascimento até o túmulo a natureza tão corrompida pela queda do primeiro homem que tudo que fazemos é pecado mortal e, então como poderemos salvar-nos?

         A resposta a esta pergunta para Lutero é simples: Basta crer em Jesus Cristo e serás salvo.

            O que significava “crer” segundo Lutero?   

            Todos nós sabemos que crer em Jesus Cristo é aceitar toda sua doutrina. Lutero admite a fé nesse sentido, mas para ele não tem grande significado, não é neste sentido que a fé salva. Assim ele afirmou: "Cristo tem duas naturezas. Em que isso me interessa? Se Ele traz esse nome de Cristo, magnífico consolador, é por causa do ministério e da tarefa que Ele tomou sobre si. Crer em Cristo não quer dizer que Cristo é uma pessoa que é homem e Deus, o que não serve de nada a ninguém; significa que esta pessoa que é Cristo, isto é, aquele que para nós saiu de Deus e evio ao mundo. É deste ofício que ele tira seu nome”. (Elargen XXV-207).

Com isso Lutero quer dizer que crer em Cristo significa simplesmente crer que ele é o salvador nada mais. Daí a famosa frase protestante quando alguém lhe procura dirá: “Você crê em Jesus e o aceita como seu suficiente salvador?” Porque parte do pensamento de Lutero crer sem nenhum compromisso com aquilo que Nosso Senhor mesmo designou como canais para a salvação: o verdadeiro arrependimento, os sacramentos, as obras, etc...

    Nada de arrependimento e nem das obras, pois, esses sentimentos que levam o homem a Cristo, esteja o arrependimento dos pecados supõe liberdade, mas, para Lutero o homem não é livre. Lutero chama de delírio a contrição e o arrependimento exigido pelos padres, dizia: “a esses deveria tirar o poder das chaves e dar-lhes o bastão de conduzir as vacas”. Porque segundo ele o arrependimento torna o homem mais hipócrita e mais pecador.

Lutero não aceitava a salvação pelas obras, ou seja, pelo arrependimento e a busca sincera de conversão pela Confissão ele as considera inúteis para a salvação ele afirmava que com a natureza humana corrompida não há salvação pelas obras, as boas obras são más é pecado como o resto. E mais... Dizia: “A lei, as obras, a caridade, os votos não só resgatam como agrava a maldição. Quanto mais obras fizermos, tanto menos poderemos aprender e conhecer a Cristo. Ensinando-as e excitando-as a faze-las como necessárias a salvação, causa um mal maior do que a nossa razão pode compreender e conceber. Ou seja, aqui Lutero exclui a graça de Deus, através do Espírito Santo, o qual nos concede para que com nossos esforços possamos atrair a divina misericórdia. Daí se explica a birra que ele tinha com as palavras de São Tiago quando ele diz em Tg2, 17 “A fé sem obras é morta” – parece ser um recado que São Tiago deixou para o pai do protestantismo.

 Portanto, a fé alcança sua credibilidade diante de Deus e diante dos homens quando unida às obras. Obras não produzem fé; mas a fé produz as obras, e as obras confirmam a fé.

Com isso, São Tiago joga por terra toda a tese de Lutero e nos mostra a importância das obras para a salvação. A fé as obras estão intimamente ligadas. Crer é dar crédito, crer em Jesus até o diabo crê, no entanto ele é um condenado.

 Não basta crer somente; se não houver um esforço constante de nossa parte. As boas obras são necessárias para a salvação, elas são os bons frutos que produzimos.

“Porque cada árvore é conhecida pelos frutos que produz. Porque não se colhem figos de ervas daninhas, nem se apanham uvas dos espinheiros”. (Lc6, 44)

É fácil parecer uma árvore frutífera, mas Jesus disse que seríamos conhecidos pelos frutos que produzimos (Mt 7: 16-20). Não devemos apenas produzir frutos para fora – mas para dentro. O que é fruto interior? É o fruto do Espírito Santo trabalhando em nossa mente e alma para nos tornar a imagem de Cristo.       

             O critério de Lutero era a negação do livre arbítrio.

Ele chegou à conclusão de que o homem não goza de liberdade. Assim disse:

 “A vontade humana é como um jumento; se Deus o cavalga, quer e vai onde Deus quer, como diz o Salmo72, 23. Se satanás o cavalga, quer e vai para onde vai satanás, nem está em seu poder correr para outro cavalgador ou procura-lo, mas os cavalgadores é que lutam entre si para alcançar o jumento e tomar conta dele.”  

“Tudo se realiza segundo os decretos imutáveis de Deus. Deus opera e mal e o bem. Tudo o que fazemos, fazemo-lo não livremente, mas por pura necessidade”.

“Foi o diabo que introduziu na Igreja o livre-arbítrio”.

Bem... por aí vemos que Lutero tinha uma grande dificuldade em discernir a liberdade que Deus nos dá como seus filhos, da libertinagem que é a pessoa achar-se livre para fazer tudo o que quiser pois tudo lhe é permitido e, este é um pensamento satanista.

A liberdade que Deus nos dá é diferente, ela requer de nós responsabilidades, direitos e deveres. Liberdade para escolher o bem e o mal. Mas, Lutero entende que por causa de ele não se adequar aquilo que a Sagrada Escritura e a Igreja ensina diz que o homem não é livre, inclusive mentia pra si mesmo porque se assim o fosse não era livre para pensar, agir e falar. O livre-arbítrio está presente em todas as ações do ser humano seja para o bem, seja para o mal e cada um é fruto daquilo que escolhe.

 

Daí a falsa doutrina da salvação sem as obras, que tanto os protestantes e evangélicos de hoje acreditam não é nada menos senão a forma que Lutero achou para consolar suas mazelas espirituais.   

Veja a explicação do Prof. Eduardo Faria:

“Somos salvos pela fé. No início é bonito, mas ele (Lutero) se opõe, se torna feio quando ele diz: ‘somos salvos somente pela fé não segundo os católicos ensinam que temos que ser salvos pelos nossos próprios esforços, pelas nossas obras, etc.”

“Somos salvos pela fé? É obvio. Tudo começa pela fé. Questão é: o que é fé essa é a grande pergunta. Porque são Tiago na sua carta diz: ‘Você acredita em Deus? Faze bem até os demônios acreditam’, então, dizer que fé é simplesmente crer está errado. Fé é acreditar, é confiar, mas, fé também é obedecer. Nós cremos, vão dizer os protestantes, só precisa de crer. Não precisa de obras, não precisa dos sacramentos.”

 “Se eu recebo os sacramentos é porque eu creio, se eu pratico boas obras é porque eu creio. É obvio que tudo começa com a fé e a fé não exclui os sacramentos, muito pelo contrário. Eu recebo os sacramentos porque eu creio. E a fé bíblica, a fé católica não é uma fé fideísta nem fiduciária. Ah eu simplesmente creio, creio, creio, confio, confio, confio. A fé bíblica é aquilo que São Paulo diz escrevendo aos Gálatas: ‘Pois em Cristo nem a circuncisão, nem a insircuncisão é coisa alguma, mas, o que importa é a fé que opera pela caridade’; (Gl 5,6). Então, a fé verdadeira, é uma fé que opera em caridade, que transborda em obras. E isso é tão sério que, por exemplo, Rm2, 6: ‘Ele retribuirá a cada um de vós de acordo com vossas obras’. 1Cr 3, 8 ‘Cada um de vós será recompensado de acordo com vossas obras’. Mt7, 21 ‘Nem todo aquele que me diz senhor, senhor entrará no reino dos céus, mas somente aqueles que fazem a vontade do meu Pai’.

“Perceba que existe sim uma íntima conexão entre a fé verdadeira e as obras que emerge, que transborda da fé. Se perguntassem ‘somos salvos pela fé ou pelas obras? Eu diria nenhum dos dois, nós somos salvos pela graça mediante a fé e as obras. A graça nos transforma não é meramente uma graça extrínseca que nos cobre, mas nos deixa sujos por dentro, mas, é uma graça infusa que nos muda essencialmente, uma mudança ontológica, a graça nos transforma e faz emergir de nós, a partir de nós fé e obras. Não é para ter confusão. A graça de Deus faz brotar em nós a fé e obras”.

            “E quando se fala de obras não é só no sentido de obras de caridade, mas obras sociais, mas também as obras do dia a dia á maneira como nos correspondemos com os valores do evangelho, o modo de viver, de agir, de pensar e de falar, o modo de tratar a família, a esposa, o modo de trabalhar também entra nesse caso. A fé acaba transbordando ali o nosso agir diário.”

“Nosso Senhor disse: Esta é a obra de Deus, que creias naquele que ele enviou”, ou seja, a própria fé é uma obra, é uma iniciativa humana tornada possível pela graça. É isso que precisamos entender. A graça habilita a crer e a fazer boas obras.”

“Agora essa insistência (protestante) que é só pela fé é um racionalismo individualista, por exemplo: Boa parte dos protestantes vão dizer que só se pode batizar o sujeito que chegou à idade da razão, porque o bebê não pode crer, pois, ele não tem como ser batizado. O que eles alegam que ele precisa ser capaz de elaborar racionalmente a fé em Cristo para poder ser parte do membro do povo de Cristo, ou seja, os nossos irmãos que possui algum tipo de deficiência mental não podem ser batizados, porque se ele nasce com paralisia cerebral como ele vai elaborar sua fé em cristo?”

“Perceba como é cruel essa doutrina, porque eu excluo do povo de Deus quem não consegue elaborar racionalmente sua fé. Agora se a Igreja católica batiza a criança batiza na fé dos pais.”

 “Veja que esse argumento protestante de não batizar crianças é também um segundo Sola Fide. Por isso devemos entender que o cristão é salvo pela fé, mas temos que entender o que é fé”.

Para fechar vamos ver o que Nosso Senhor disse sobre as obras:

Mt25, 14-30 – OS TALENTOS SÃO OS DONS QUE DEUS NOS ENTREGA E DISPÕE PARA FAZERMOS AS BOAS OBRAS, E AS OBRAS SÃO FRUTOS DOS TALENTOS.  

4 Porque isto é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens.

15 E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe.

16 E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles, e granjeou outros cinco talentos.

17 Da mesma sorte, o que recebera dois, granjeou também outros dois.

18 Mas o que recebera um, foi e cavou na terra e escondeu o dinheiro do seu senhor.

19 E muito tempo depois veio o senhor daqueles servos, e fez contas com eles.

20 Então aproximou-se o que recebera cinco talentos, e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que granjeei com eles.

21 E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

22 E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles granjeei outros dois talentos.

23 Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.

24 Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste;

25 E, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu.

26 Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei?

27 Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.

28 Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos.

29 Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.

30 Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes.

                            

Mt 25, 31-46 – SEREMOS JULGADOS PELAS NOSSAS OBRAS. A RECOMPENSA PARA OS BONS E O CASTIGO PARA OS MAUS.

 1 E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória;

32 E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas;

33 E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.

34 Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;

35 Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;

36 Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver.

37 Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?

38 E quando te vimos estrangeiro, e te hospedamos? ou nu, e te vestimos?

39 E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?

40 E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.

41 Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;

42 Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;

43 Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.

44 Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?

45 Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.

46 E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.

Veja, meus irmãos que somente nesse capítulo XXV de São Mateus, por duas vezes, Nosso Senhor é claro em dizer que se não praticar as boas obras se não praticarmos a caridade, não entraremos no reino de Deus.

A doutrina Sola Fidei de Lutero não tem sustentabilidade nenhuma, pois Deus quer que por nosso esforço trabalhemos para merecer a salvação que é graça, mas, depende da nossa participação, do serviço aos irmãos, do comprometimento com os valores do reino.

Se assim fosse como Lutero achava, tão fácil apenas crer para ser salvo, Nosso Senhor não teria dito “Entrai pela porta estreita!”

               Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado, o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. (Mt7, 13-14)”  

         

 

          

           

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