CREIO NA COMUNHÃO
DOS SANTOS E NA VIDA ETERNA
Perguntas e Respostas
O
que significa finados?
A palavra “finados”
significa exatamente isso, algo que finou, findou, morreu. Ou seja, é um dia
para fazermos memória a todos os falecidos de maneira geral.
Desde o século II,
alguns cristãos rezavam pelos falecidos quando visitavam os túmulos dos
mártires. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os
mortos já esquecidos.
No ano 732, o Papa
Gregório III autorizou os padres a realizar missas em memória dos falecidos.
Na França, no Século X (988
d. C). O Abade beneditino Odilo (Santo Odilo), ou Odilon sugeriu que fosse
criado um dia especial para que os membros da Abadia fizessem memória e
rezassem pelos beneditinos falecidos. A Igreja ensina que as almas dos cristãos
batizados já falecidos sem estado total de graça estão no Purgatório passando
por um processo de purificação (espera) chegar definitivamente à Glória Eterna.
A Partir do século XI
os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigavam a
comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII essa data passa a ser
oficialmente celebrada em 02 de novembro, um dia após a Festa de Todos os
Santos.
A doutrina católica
evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias
12,12; Jó 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46) e é suportada por uma
prática de quase dois mil anos.
Desde o começo da
Igreja, já havia o costume de se celebrar e rezar pelos mortos, recomendando-os
à misericórdia de Deus. Mas no começo não havia um dia especialmente dedicado
aos mortos. “Somente a partir do século VII é que encontramos referência ao dia
dos mortos, mas esse dia era celebrado em datas variadas, dependendo de cada
região. Somente por volta do século XI é que começou a ser celebrado no dia 2
de novembro. Daí o costume foi se espalhando rapidamente e, uns 300 anos
depois, foi adotado em Roma”, detalha.
Embora chamado de “Dia
de Finados” o principal desse dia é celebrar a vida e não a morte.
Celebramos
a comunhão dos santos e a nossa caminhada como Igreja, seja na união com os que
estão ainda nesta vida, como com os que já faleceram. Celebramos a certeza da
ressurreição de Cristo e, se com ele vivemos também com ele ressuscitaremos. Os
cristãos, a partir da morte e ressurreição de Jesus Cristo, passam a ter a
certeza na vida eterna e por causa disso sabem que a morte é apenas
uma passagem, é uma separação apenas
parcial e limitada.
O Purgatório não é um
estado de punição como é o inferno. Nele as almas têm a chance de limpar os últimos
resquícios de pecado e para isso as almas precisam das nossas orações, pois,
elas nada podem fazer por si mesmas. Uma vez estando no Purgatório elas só
podem contar com a graça de Deus e de Jesus, com a ajuda da Santíssima Virgem
Maria e com nossas Orações.
Como
entender o Purgatório segundo a Sagrada Escritura?
A Sagrada Escritura não
menciona diretamente a existência do Purgatório. Mas podemos entendê-lo da
seguinte forma:
Em Apocalipse 7, 13-14 –
“Então um dos Anciãos falou comigo e
perguntou-me: “Esses, que estão revestidos de vestes brancas, quem são e de
onde vem?” Respondi-lhe: “Meu Senhor, tu o sabes”. Ele me disse: “Esses são os
sobreviventes da grande tribulação; lavaram e alvejaram suas vestes no sangue
do Cordeiro”.
Este texto não está
falando diretamente do Purgatório, mas, na visão de São João está claro que nem
mesmo aqueles (os santos) que passaram pela tribulação não entraram na Glória
de Deus sem antes purificar-se. Eles receberam a Salvação dada pela morte de
Cristo na Cruz. Porém, suas almas chegaram ao Céu com algumas sujeiras de
pecado e precisaram se purificar. Só então lhes foi dado as vestes brancas para
entrarem definitivamente diante do Trono do Cordeiro. Isto é, diante de Nosso
Senhor Jesus Cristo.
Logo, podemos entender
que o ensino protestante em que diz “morreu ou vai para o Céu ou vai para o
inferno” é uma falácia. Pois segundo o texto que vemos acima, Deus concede um
tempo especial na eternidade para que as almas dos justos possam se purificar
para alcançar o estado definitivo de santidade. Isso é o que chamamos de Purgatório
que significa “lugar de purificação” e não de punição. As almas dos que estão
no Purgatório já estão salvas pelos méritos de Cristo. Apenas estão se
purificando dos resquícios de seus pecados.
Mas, lembre-se: nesse estágio de purificação as almas não
podem fazer nada para si mesmas nem podem abreviar o tempo. Isso somente pode
acontecer de duas maneiras. Por intervenção direta da Misericórdia Divina ou através
de nossas Orações Deus pode abreviar-lhes o tempo no Purgatório.
Os
mortos dormem?
A doutrina protestante diz que os mortos estão dormindo é errada. Para eles os mortos estão numa espécie de "sono" aguardando a ressurreição.
Como Sagra Escritura desmente a falsa doutrina?
Mc2, 9-13 - No texto, São Marcos o relata o fato da transfiguração do Senhor; Jesus diante de Pedro, Tiago e João. Apresentou-se Glorioso ao lado de Moisés e Elias. Será que Jesus acordou Moisés e Elias para fazer uma tarefa que ele mesmo podia fazer sozinho? É claro que não. Essa pergunta foi só para mostrar que as almas dos justos, os santos, pelos méritos do próprio Cristo participam igualmente com ele da sua glória. Jesus se apresenta ao lado de Moisés e Elias para mostrar que todas a Lei dos profetas estava se cumprindo nele o Filho de Deus. Mas, ao mesmo tempo nos revela o esplendor da sua glória na qual os eleitos participam com ele.
As almas não dormem. Apenas repousam no senhor já que alcançaram toda a consolação. "Repousar no Senhor" não significa dormir, mas, significa que todos aqueles que alcançaram a salvação receberam toda a consolação que precisam. A consolação terrestre que Lázaro não recebeu, no Céu Lázaro a recebeu, o prêmio da consolação ou da felicidade eterna.
E como participantes com Cristo de sua glória eles descem para testemunhar que Jesus é o Filho de Deus que se encarnou e como Deus que é, tal qual um dia o veremos glorioso da mesma forma, não só Ele mas, todos os que morrerem com ele, ressuscitarão com Ele.
Lucas 16, 19-31; No texto
Jesus conta a Parábola do Rico esbanjador
e do Pobre Mendigo Lázaro. Na parábola o Rico morre e vai para o inferno, o
pobre Lázaro morre e vai para o Céu; ambos estão mortos, mas, em situações
espirituais diferentes. Em um momento o rico, no inferno, conversa com o
Patriarca Abraão para que lhe aliviasse o sofrimento e que permitisse vir à
terra avisar seus parentes que eles se arrependessem para não irem para o
inferno também, foi-lhe negado. Mas, o importante dentre os muitos ensinamentos
dessa parábola é de que: a) As almas podem dialogar; b) As almas não dormem,
porque o que dorme é o corpo. Uma vez que a alma está separada do corpo não
pode dormir. Cientificamente sabemos que o sono é para os vivos, ele é o
descanso da mente e do corpo. Quando a alma se separa do corpo, torna-se e espírito
não se cansa, não precisa dormir.
Apocalipse 7, 15-16: “Por isso estão diante do trono de Deus, e o
servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o
trono os cobrirá com a sua sombra. Nunca mais terão fome, nunca mais terão
sede; nem sol nem calma alguma cairá sobre eles”.
Note que a parte em
negrito “nem sol nem calma alguma” – o que isto significa? - Significa que as almas não dormem – o sono
físico não mais existe, nem o “sono da morte” existe para elas.
Não é necessário
colocar muitos versículos aqui para explicar que essa ideia de que a alma está
dormindo é falsa. O próprio Livro do Apocalipse está cheio de exemplos dos
eleitos orando, conversando com Jesus e até andando com Ele.
As
almas dos falecidos podem interceder por nós?
Sim. A doutrina protestante não crê na intercessão das almas e dos santos, pois, segundo eles as almas dos justos ou dos santos, não podem interceder por nós porque somente há um só mediador entre Deus e os homens que é Jesus Cristo.
O que precisamos entender é o que define a Sagrada Escritura sobre a Mediação de Cristo e a mediação dos santos.
Quando a
Sagrada Escritura se refere à Mediação de Cristo por nós. Ela está se referindo
a uma Mediação Primária Única da Salvação. Ou seja, Jesus se torna nosso Único
Mediador pela Obra da Redenção. Nesse caso Ele é nosso único Senhor, Salvador e
Mediador. Pois, em nenhum outro nome há salvação.
Marcos 16, 16 – “Quem crê e for batizado será salvo e quem
não crê será condenado”.
Filipenses 2,10-11 – “Para que ao nome de Jesus se dobre todo
joelho, no céu, na terra e debaixo da terra”. E toda língua confesse que
Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus Pai.
A mediação dos santos ou
das almas dos justos não tem a nada a ver com a Mediação de Cristo.
Além
dos mais se não pudéssemos orar uns pelos outros, não podíamos, por exemplo,
orar em favor de nossos irmãos doentes, ou que estejam precisando de cura. Não
podíamos abençoar as pessoas. No entanto, a os evangélicos são os que mais
pregam orações de curas por aí. No entanto a Igreja diz que somos uma só
família. A Igreja é uma só, o Corpo de Cristo, na terra e no céu. Rezamos uns
pelos outros, nós por eles e eles por nós.
De Prof. Felipe Aquino:
“Os Apóstolos
instituíram a oração pelos mortos e esta lhes presta grande auxílio e real
utilidade” (In Philipp. III 4, PG 62, 204).
Tertuliano (†220) –
Bispo de Cartago, diz: “A esposa roga pela alma de seu esposo e pede para ele
refrigério, e que volte a reunir-se com ele na ressurreição; oferece sufrágio
todos os dias aniversários de sua morte” (De monogamia, 10). Tertuliano atesta
o uso de sufrágios na liturgia oficial de Cartago, que era um dos principais
centros do cristianismo no século III: “Durante a morte e o sepultamento de um
fiel, este fora beneficiado com a oração do sacerdote da Igreja”. (De anima 51;
PR, ibidem)
São Cipriano (†258),
bispo de Cartago, refere-se à oferta do sacrifício eucarístico em sufrágio dos
defuntos como costume recebido da herança dos bispos seus antecessores (cf.
epist. 1,2). Nas suas epístolas é comum encontrar a expressão: “oferecer o
sacrifício por alguém ou por ocasião dos funerais de alguém”. (Revista PR, 264,
1982, pag. 50 e 51; PR ibidem)
São Cirilo, bispo de Jerusalém
(†386), disse: “Enfim, também rezamos pelos santos padres e bispos e defuntos e
por todos em geral que entre nós viveram; crendo que este será o maior auxílio
para aquelas almas, por quem se reza, enquanto jaz diante de nós a santa e
tremenda vítima”(Catequeses. Mistagógicas. 5, 9, 10, Ed. Vozes, 1977, pg. 38).
No dia de Finados, não
festejamos a morte, mas a vida após a morte, a ressurreição que Cristo nos
conquistou com sua morte e Ressurreição. O Catecismo da Igreja lembra que:
“Reconhecendo cabalmente esta comunhão de todo o corpo místico de Jesus Cristo,
a Igreja terrestre, desde os tempos primeiros da religião cristã, venerou com
grande piedade a memória dos defuntos…”(CIC, § 958)
Algo muito importante,
as almas também rezam por nós, afirma o Catecismo: “A nossa oração por eles [no
Purgatório] pode não somente ajudá-los, mas também torna eficaz a sua
intercessão por nós”. (n. 958)
Falando dos falecidos
disse um dia o Papa João Paulo II: “Numa misteriosa troca de dons, eles [no
Purgatório] intercedem por nós e nós oferecemos por eles a nossa oração de
sufrágio.“ ( L´Osservatore Romano de 08/11/92, p. 11)
“A tradição da Igreja
exortou sempre a rezar pelos mortos. O fundamento da oração de sufrágio
encontra-se na comunhão do Corpo Místico… Por conseguinte, recomenda a visita
aos cemitérios, o adorno dos sepulcros e o sufrágio como testemunho de
esperança confiante, apesar dos sofrimentos pela separação dos entes queridos”
(LR, n. 45, de 10/11/91).
A Igreja ensina que as
almas em purificação no Purgatório, não podem mais fazer nada por elas mesmas,
porque a morte põe fim ao tempo de conquistar méritos diante de Deus; então,
quem as socorre são os santos e os fiéis na terra. Por isso, é grande obra de
caridade para com as almas oferecer para sufrágio delas a santa Missa, o Terço,
as indulgências, as orações, penitências e esmolas.
Papa Francisco: “A
memória dos defuntos, o cuidado pelas sepulturas e os sufrágios são o
testemunho de uma confiante esperança, enraizada na certeza de que a morte não
é a última palavra sobre o destino do ser humano, porque o homem está destinado
a uma vida sem limites, que tem sua raiz e sua realização em Deus” (Oração do
Ângelus, 02/11/2014).
A
MEDIAÇÃO DOS SANTOS É CHAMADA DE “MEDIAÇÃO SECUNDÁRIA”
Refere-se ao ao poder de Intercessão dos Santos. Ou seja, eles não podem interceder pó si
mesmos, mas, podem interceder por nós. Vamos ver?
Apocalipse 4,6- A
figura dos animais que louvam a Deus, a Igreja interpreta como sendo os quatro
Evangelistas: Mateus, Marcos, Lucas e João.
Apocalipse 4, 10-11 –
Os 24 anciãos adoram e louvavam a Deus.
Apocalipse 5,1-13 - A pergunta do Anjo sobre quem poderia abrir o
selo. A consolação do Ancião de que Jesus já tinha o meio de abrir o selo. O
louvor dos Anciãos diante de Jesus. O louvor dos anjos e dos animais celestes a
Jesus e por fim, a união de toda Igreja no versículo 13 clamando e louvando a Jesus.
Apocalipse 6, 9-10 – A Oração
( o diálogo) dos Santos Mártires que morreram pela Palavra de Deus pedindo
justiça pelo sangue deles derramado sobre a terra.
Em primeiro lugar
quando rezamos, pelos mortos, eles, os mortos às recebem, mas, não as retém para
si. Mas, as elevam até Deus e cabe a Deus, segundo sua vontade atendê-las
segundo o merecimento de cada um.
O feriado e também dia
santo. Igreja Católica instituiu um dia especial
para que fosse um dia de lembramos de todos os que faleceram, inclusive nossos
entes queridos; para que nesse dia de maneira especial rezemos pelas almas dos
falecidos.
É
bíblica a Oração pelos mortos?
Jaime Francisco de Moura
no seu site Veritatis Splendor
– escreveu a seguinte explicação que
eu achei uma das melhores:
No 2º livro dos
Macabeus, capítulo 12, versículos 43 a 46: “(Judas Macabeu) tendo feito uma
coleta mandou duas mil dracmas de prata a Jerusalém para se oferecer um
sacrifício pelo pecado. Obra bela e santa, inspirada pela crença na
ressurreição, porque se ele não esperasse que os mortos haviam de ressuscitar,
seria coisa supérflua e vã orar pelos defuntos. Ele considerava que aos
falecidos na piedade está reservada uma grandíssima recompensa. SANTO E SALUTAR
ESSE PENSAMENTO DE ORAR PELOS MORTOS, para que sejam livres dos seus pecados”.
Por isso, São Paulo, na
2ª Epístola a Timóteo, cap.1, vers.18, assim ora a Deus pelo amigo Onesíforo:
“Que o Senhor lhe conceda a graça de obter misericórdia do Senhor naquele
dia”(2 Tm 1,18)
Nota: Comparando os
vers. 15 a 18 do cap. 1º, com o vers. 19 do cap. 4º desta mesma Epístola, vê-se
que Onesífero já era morto, porque nestes textos, S. Paulo se refere
nominalmente a outras pessoas, e quando seria o caso de nomear Onesíforo, seu
grande amigo e benfeitor, ele não o faz, mas só se refere ?à casa? e ?à família
de Onesíforo?. Daí se conclui que ele não era mais do número dos vivos. E S.
Paulo reza por ele, pedindo que o Senhor tenha dele misericórdia.
Mais uma oração pelos
mortos: “Quando tu oravas com lágrimas e enterravas os mortos, quando deixavas
a tua refeição e ias ocultar os mortos em tua casa durante o dia, para
sepulta-los quando viesse a noite, eu apresentava as tuas orações ao Senhor”
(Tobias 12,12)
Lendo o livro de (Jó
1,18-20) podemos ver que seus filhos foram purificados pelo sacrifício
oferecido pelo seu pai. Como duvidaremos de que nossas oferendas pelos mortos
lhes proporcionem alívio? Portanto demos nossos sufrágios àqueles que já se
foram e por eles ofereçamos nossas preces.
Ler ainda na Bíblia: (1
João 5,16-17) (Eclesiástico 38,16-24) (Tobias 4,18)
Portanto, os católicos
rezam pelos mortos, porque, com a Bíblia e toda a tradição, desde os tempos
apostólicos, creem na existência do Purgatório.
Se os mortos não se
interessam pelos vivos, como se explica que aquele rico nos tormentos do
inferno suplicasse a Abraão que enviasse Lázaro a seus cinco irmãos ainda
vivos, para convencê-los a mudar de vida e evitar de virem, por sua vez, àquele
local de tormento? (Lucas 16,27). Como podia Abraão ignorar o que se passava
aqui na terra, visto que sabia terem os vivos Moisés e os profetas, isto é,
seus livros, e que seguindo-se escapariam aos tormentos do inferno? Não sabia
ele que o rico tinha vivido em delícias e que Lázaro, o pobre, vivera na
penúria e sofrimento? Com efeito, disse: “Filho, lembra-te de que recebestes
teus bens em vida, e Lázaro por sua vez os males” (Lucas 16,25). Abraão estava
pois a par dos fatos concernentes aos vivos, não aos mortos. Pode ser que estes
fatos ele não podia os ter conhecido no momento em que ocorreram, mas após o
falecimento dos dois, e sob as indicações do próprio Lázaro.
Condições do
relacionamento entre os mortos e os vivos:
Convenhamos, pois que
os mortos ignoram os acontecimentos daqui da terra, pelo menos no momento mesmo
em que eles se realizam. Podem vir a conhecê-los mais tarde, por aqueles que
vão ao seu encontro, uma vez mortos. Por certo, não ficam conhecendo tudo, mas
somente aquilo que lhes for autorizado de ser revelado e que eles tem
necessidade de conhecer.
Os anjos, que velam
sobre as coisas desse mundo, podem também lhes revelar alguns pontos julgados
convenientes a cada um por aquele que tudo governa. Pois se os anjos não
tivessem o poder de estarem presentes na morada dos vivos como na dos mortos, o
senhor Jesus não teria dito: “Aconteceu que o pobre morreu e foi levado pelos
anjos ao seio de Abraão” (Lucas 16,22). Eles estão ora na terra ora no céu,
visto que foi da terra que levaram aquele homem que Deus quis lhes confiar.
As almas dos mortos
podem ainda conhecer, por revelações do Espírito Santo alguns acontecimentos
aqui da terra, cujo conhecimento lhes é necessário. Não somente fatos passados
ou presentes, mas até futuros. É assim que os homens – não todos – conheceram
durante a sua vida mortal, não a totalidade das coisas, mas aquelas que a
providencia divina julgava bom lhes revelar.
A sagrada escritura
atesta que alguns mortos foram enviados a certas pessoas vivas; e
reciprocamente, algumas pessoas foram até a morada dos mortos, assim Paulo foi
arrebatado ao paraíso (1 Coríntios 12,2). E o profeta Samuel, após sua morte,
apareceu a Saul ainda vivo e lhe predisse o futuro (1 Samuel 28,15-19). É
verdade que alguns negam que tenha sido Samuel que apareceu, pois sua alma era
refratária a tais procedimentos mágicos, como dizem. Foi conforme julgam, outro
espírito, suscetível a essa arte maléfica que se revestiu de imagem semelhante
a ele. Ora, o livro do Eclesiástico, atribuído a Jesus ben Sirac (que por causa
de certas semelhanças de estilo podia ser mesmo de Salomão), relata-nos em
elogio dos patriarcas que “Samuel profetizou mesmo depois de morrer”
(Eclesiástico 46,23).
Mas há outro texto que
convida a admitir esse envio de mortos aos vivos: a passagem das aparições de
Moisés, cujo Deuteronômio nos certifica da morte (Deuteronômio 34,5) e que
apareceu vivo, como lemos no evangelho, com Elias que não morreu. (Mateus
17,3).
Como não sabemos
exatamente o que acontece depois dessa vida, oramos pelos que morreram
confiando na misericórdia do Deus que é Pai dos vivos e dos mortos. Não achamos
perda de tempo, como alguns evangélicos dizem, nem inutilidade orar por um
falecido porque cremos na comunhão dos santos e sabemos que Deus está em tudo e
em todos, inclusive naqueles que já morreram. Nisso discordamos de outras
igrejas que não acham necessário orar pelos mortos – ler (Apocalipse 6,9-11)
Há algumas pessoas que
dizem que no céu está Jesus Cristo, mais ninguém, pois ele disse: ?ninguém
subiu ao céu senão aquele que desceu do céu, o filho do homem?. Nossa resposta
simples é: mas é claro, antes de Jesus as portas do céu estavam fechadas
realmente. Ao morrer, desceu à mansão dos mortos e levou para o céu todos os
justos. Foi ele mesmo que disse ao bom ladrão: “hoje mesmo estarás comigo no
paraíso”. Portanto, se ao subir ao céu, o Senhor levou o bom ladrão, já não
está não mais sozinho. Todos daí para frente participam da glória reservada aos
que fazem a vontade de Deus. (Mateus 27, 51-53) fala que neste dia muitos
mortos ressuscitaram.
Para que flores e velas
nos cemitérios?
As flores nada mais são
do que a manifestação de que não permanecemos insensíveis, frios, rudes como
pedras, diante da pessoa que parte.
Quem é inteligente
saberá, realmente, tirar lições belíssimas das velas e das flores colocadas nas
sepulturas, como diz a Bíblia: “o homem nascido da mulher é de bem poucos anos
e cheio de inquietação. Sai como a flor e depois morre; desaparece como a
sombra” (Jo 14,1-2) “A árvore seca, as flores caem, mas a palavra de nosso Deus
permanece eternamente” (Isaías 40,8). “E o rico nas suas preocupações passará
como a flor da erva” (Tiago 1,10). “Porque toda a carne é como erva, e toda
glória do homem como flor do campo. Seca a planta e caí a sua flor” (1 Pedro
1-24-25).
Desta forma, velas
acesas, no cemitério, e flores, embelezando as sepulturas, nos querem lembrar,
por um lado, a alegria do céu, e por outro lado, o carinho e a saudade sentidos
pela pessoa falecida, além da própria realidade passageira de nossa existência
terrena.
Porque
os protestantes não creditam na oração pelos mortos?
Em primeiro lugar, os
protestantes não acreditam na oração pelos mortos por que como escrevi
anteriormente eles acreditam que quem morreu está numa espécie de “sono”, ou
seja, a alma está dormindo aguardando a ressurreição do último dia. O que já
foi provei aqui não ser verdade.
Em segundo lugar, os
protestantes dizem que a oração pelas almas dos mortos não tem respaldo
bíblico, pois, eles não tem um dos livros da Bíblia que é o Livro dos Macabeus
que falam justamente da oração pelas almas dos mortos.
Os reformadores tiraram
o Livro dos Macabeus bem como outros e dizem que esses livros são apócrifos. Na
verdade, quem decide quais livros são apócrifos ou não é a Igreja Católica. Aliás,
palavra “apócrifo” quer dizer separado, ou que está à parte, não quer dizer que
tais livros são malditos, proibidos de se usar, etc. Pelo contrário. Os
Apócrifos são livros que não entraram no Cânon bíblico porque ou continham
muitos fatos históricos e não podiam ser considerados como Palavra de Deus, ou
alguma discrepância sobre a pessoa de Jesus e seus ensinamentos, ou por serem
escritos muito tarde e por isso perderam a referência histórica. E ainda alguns
que sofreram influência das seitas gnósticas e, portanto, mostravam uma
doutrina totalmente diferente daquela deixada pelos Apóstolos.
Porém, os livros que
faltam na Bíblia protestante e fazem parte da nossa Bíblia não são Apócrifos. São considerados livros inspirados. Tanto
que permaneceram no novo Cânon. É justamente em Macabeus (um dos livros que eles
não tem) que encontramos a forte
referência sobre oração pelos mortos.
Além dos mais, se não pudéssemos orar uns pelos outros, não podíamos, por exemplo, orar em favor de nossos irmãos doentes, ou que estejam precisando de alguma ajuda ou cura física e espiritual. Não podíamos abençoar as pessoas. No entanto, os evangélicos também pregam orações de cura.
NÓS CREMOS NA RESSURREIÇÃO
Nós, católicos e as demais denominações cristãs cremos na Ressurreição. A ressurreição é o oposto da reencarnação. Porque enquanto a doutrina da reencarnação ensina que a alma ou o espírito é imperfeito e precisa se evoluir. Pois, o corpo é uma "prisão" da alma e como tal imperfeito com o é faz com espírito haja na imperfeição, sendo por isso necessário que a alma se purifique através de reencarnações que são degraus de purificação. Mas, a grande mentira dessa doutrina é que (em tese) cada vez que um pessoa se reencarna não recebe um prêmio mas, uma punição pelos seus erros. De modo que cada reencarnação é um degrau a menos, não a mais para se chegar a perfeição. Uma vez a alma passando de corpo em corpo recebe também os graus de imperfeição e novas cargas de pecado e nunca poderá ser perfeita.
Ao contrário que a Ressurreição, é a certeza de que ao morrermos uma só vez, aguardamos a ressurreição definitiva. E o que é a ressurreição? A ressurreição é um prêmio dado a todos os batizados que tendo crido no nome de Jesus e tendo sido batizados participam igualmente do sacerdócio de Cristo e da sua Igreja tanto terrena quanto celeste e com ele e pelos méritos de sua Paixão, Morte e Ressurreição; eleitos para a glória de Deus Pai receberão de volta seus corpos de forma gloriosa e no Céu viverão de corpo (glorificado) e alma junto de Deus. E porque temos essa certeza? Temos essa certeza porque o primeiro dos homens o Filho de Deus Nosso Senhor Jesus Cristo morreu e ao terceiro dia ressuscitou.
São Paulo assim escreveu -1Coríntios 15, 12-23:
"Ora, se prega-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns dentre vós que não há ressurreição dos mortos? E se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, logo é vã nossa pregação e nossa fé. E assim também somos considerados como falsas testemunhas de Deus, pois testificamos de Deus, que ressuscitou a Cristo, ao qual, porém,não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não ressuscitam".
"Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou. E se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados. E também os que dormiram* (*dormir é = no sentido os que morreram em paz com Cristo); estão perdidos. Se esperamos em Cristo só nesta somos os mais miseráveis de todos os homens".
"Mas, se de fato Cristo Ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que morreram*. Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem"
"porque, assim como todos morrerão em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas, cada ordem Cristo por primeiro e depois os que são de Cristo na sua vinda!"
Que bela catequese São Paulo nos ensina, não é mesmo?
Eu acredito que os que leem com atenção esse belo ensinamento de São Paulo jamais se tornará um espírita e crerá em reencarnação.
Nós cristãos não podemos acreditar noutra coisa senão na certeza da ressurreição conforme professamos no Creio: "Cremos na vida eterna" - e porque cremos na vida eterna é que não podemos aceitar a falsa doutrina do reencarnacismo.
Dia de finados é isso. É para não só lembrarmos de nossos entes queridos e todos os falecidos. Mas é um dia de parar para pensar sobre nossas ações nesse mundo se elas nos levarão ou nos afastarão da verdadeira vida ao lado de Deus.
Nesse dia em especial pensemos na morte não como um fim de tudo, mas, como o começo de uma nova vida ao lado de Cristo que um dia virá.
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