sábado, 11 de agosto de 2018

São Policarpo de Esmirna, bispo - Pai da Igreja Primitiva


PAIS DA IGREJA PRIMITIVA


São Policarpo de Esmirna




Biografia:

São Policarpo, "pai" da Igreja Primitiva, conhecido também como São Policarpo de Esmirna, foi discípulos de São João Evangelista. Ainda no tempo dos Apóstolos, foi nomeado bispo da cidade de Esmirna, na atual Turquia. O grande Santo Irineu, bispo de Lyon, foi seu discípulo, continuador e biógrafo. Policarpo nasceu numa família cristã, rica e nobre, no ano 69, em Esmirna.
A Igreja de Esmirna era uma das comunidades cristãs que vivia intensamente a palavra de Deus, cuja recebe a consolação do próprio Cristo enviada por São João, conforme está escrito em Apoc. 2, 8-11.     
Foi discípulo de São João e teve a graça de conhecer outros apóstolos do grupo dos doze, que conviveram com Jesus. Batizado, tornou-se exemplo íntegro de fé e vida, respeitado até pelos adversários.
Sua dedicação e exemplo de santidade levaram São João Evangelista a sagrá-lo bispo de Esmirna. O bispo Policarpo foi amigo de Santo Inácio Antioquia. Este mártir esteve em sua residência quando caminhava para o martírio em Roma, no ano 107. Inácio escreveu cartas a Policarpo e à Igreja de Esmirna antes de ser entregue às feras no Coliseu Romano. Nessas cartas, ele enaltece as qualidades de Policarpo, zeloso bispo.
No tempo do Papa Aniceto, São Policarpo visitou a cidade de Roma, como representante das igrejas da Ásia. Sua missão era discutir com os coirmãos a mudança da celebração da Páscoa, que, então, era comemorada em dias diferentes no Ocidente e no Oriente. Apesar de, naquela época, não chegarem a um acordo, despediram-se celebrando a liturgia juntos, numa demonstração de união na fé, que não foi abalada pelas divergências em questões de liturgia.
São Policarpo foi um bispo menos interessado na administração eclesiástica. Sua vocação era a de Pastor. Sua alegria era fortalecer a fé das ovelhas de seu rebanho. Neste sentido, ele escreveu inúmeras cartas. Infelizmente, porém, somente uma ficou preservada. Esta foi enviada aos filipenses, em 110.
Nela, São Policarpo exalta a fé em Jesus Cristo, fé que precisa ser confirmada no trabalho árduo, diário e no dia a dia dos cristãos. Ela também cita trechos da famosa Carta de São Paulo aos Filipenses e os Santos Evangelhos. Policarpo repetiu ainda nesta carta as muitas e preciosas informações que ele próprio recebera diretamente dos apóstolos, especialmente de São João Evangelista. Por isso, a Igreja concedeu a ele o título de "Padre Apostólico". Assim, aliás, foram chamados os primeiros discípulos dos doze apóstolos.

Durante a dura perseguição do imperador Marco Aurélio, São Policarpo, em oração, teve uma visão profética a cerca do martírio que o aguardava. Tal visão aconteceu três dias antes de ele ser preso. Por isso, ele avisou aos irmãos na fé que seria queimado vivo. Assim, estando ele em oração, foi preso pelas forças do imperador romano e levado a julgamento.
São Policarpo foi julgado por um pro cônsul chamado Estácio Quadrado. Este insistia raivosamente para que o santo renegasse a Jesus Cristo. Policarpo, porém, disse em alta voz no tribunal: "Eu tenho servido a Cristo por 86 anos e ele nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Redentor? Ouça bem claro: eu sou cristão"! Por isso, ele foi condenado à morte pelo fogo. Ele próprio fez questão de subir os degraus para a fogueira. De lá, gritou para todo o povo que assistia seu martírio: "Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o vosso nome adorável seja glorificado por todos os séculos".



De certa forma, porém, a profecia de São Policarpo não se cumpriu exatamente como ele previra. Os relatos narram que, mesmo com toda a intensidade da fogueira à sua volta e a seus pés, o fogo não lhe fez mal algum. Impressionados, os carrascos decidiram matá-lo à espada. Somente depois de morto seu corpo foi queimado. Nesse momento ele exalou um forte aroma de pão cozido. Os discípulos de São Policarpo recolheram o que restou de seus ossos e depositaram numa sepultura digna. Seu martírio foi descrito um ano após sua morte, numa carta de 23 de fevereiro de 156. A carta foi enviada pelos cristãos de Esmirna aos irmãos da igreja de Filomélio. Esta carta é, aliás, o registro mais antigo que existe do martirológio cristão.

ESMIRNA


A cidade de cinco mil anos é uma das cidades mais antigas da bacia de Mediterrâneo. A cidade original foi estabelecida por volta do 3º milênio a.C., quando compartilhou com Troia a cultura mais importante da Anatólia. Por volta de 1 500 a.C. tinha caído na influência do Império Hitita da Anatólia Central.
De acordo com historiadores e mitógrafos gregos, as cidades da costa asiática do Mar Egeu, Mirina, Cime, Esmirna e Éfeso, haviam sido conquistadas pelas amazonas; Archibald Henry Sayce interpreta este mito como se estas amazonas fossem as sacerdotisas das deusas asiáticas, cujo culto se espalhou a partir de Carquemis com as conquistas hititas.
Segundo o historiador grego Heródoto de Halicarnasso, a cidade foi primeiro estabelecida pelos Eólios, mas foi logo depois tomada pelos Jônicos, que a tornaram um dos maiores centros culturais e comerciais do mundo na época. No 1º milênio a.C., Esmirna era uma das cidades mais importantes da Federação Jônica. Acredita-se que Homero lá residiu durante este período.
A conquista da cidade pelos Lídios por volta de 600 a.C. trouxe fim a este período. Esmirna permaneceu como pouco mais que uma aldeia da Lídia e depois caiu sob o domínio persa. Antes do século IV a.C., uma nova cidade foi construída nas encostas do monte Pagos (Kadifekale), durante o reino de Alexandre, o Grande. O período romano de Esmirna, que começa antes do século I a.C., foi a sua segunda grande era. Esmirna ficou depois conhecida como uma das Sete Igrejas da Ásia, à qual o Livro da Revelação (Apocalipse) foi enviado pelo apóstolo João. O domínio bizantino chegou no século IV d.C.e durou até à conquista seljúcida no século XI.

Em 1415, sob o poder do sultão Maomé I, o Cavalheiro, Esmirna tornou-se parte do Império Otomano. A cidade ficou conhecida como um dos portos mais importantes do mundo entre os séculos XVII e XIX, quando os comerciantes de várias origens (especialmente Franceses, Italianos, Neerlandeses, Armênios, Judeus e Gregos) transformaram a cidade em um centro de comércio cosmopolita. Durante este período, a cidade foi famosa pela sua própria marca da música (Smyrneika) bem como pela sua larga variedade de produtos que exportou para a Europa (passas de Esmirna, figos secos, tapetes, etc.).

Esmirna (em turco: İzmir; em grego: Σμύρνη; transl.: Smýrni; também conhecida noutras línguas como Smyrna e Smirne) é uma cidade do sudoeste da Turquia situada na Região do Egeu. É capital da área metropolitana (büyükşehir belediyesi) e da província homónima. Em 2012, a população da área metropolitana era 3 366 947 habitantes, o que faz dela a terceira maior cidade da Turquia, a seguir a Istambul e Ancara. No mesmo ano, o distrito de İzmir propriamente dito tinha 76 598 habitantes, dos quais 59 214 no que é considerado o centro urbano (merkez). A altitude média da cidade é de 30 m.
De acordo com estudos etimológicos sobre Esmirna, a palavra Smyrne, em grego significa uma especiaria que em língua portuguesa se traduz como mirra.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Esmirna

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Fiquemos, agora, com a belíssima Carta que São Policarpo escreveu aos filipenses exortando-os para que perseveram na doutrina, na caridade, a amor e as virtudes dando pleno testemunho de Nosso Senhor Jesus Cristo. 

São Policarpo exorta não só apenas o clero mas a todos os cristãos para que sejam autênticos discípulos de Jesus Cristo, cada qual na missão em que foi chamado:  


Epístola de São Policarpo aos Filipenses

Policarpo e os presbíteros que estão junto dele, à Igreja de Deus que está em Filipos: Piedade a vocês, e paz do Todo-poderoso Deus, e do Senhor Jesus Cristo, nosso Salvador, sejam multiplicadas.

I. Exortação aos Filipenses Tenho me alegrado grandemente convosco em nosso Senhor Jesus Cristo, pois vocês têm seguido o exemplo do verdadeiro amor [como mostrado por Deus], e tenho acompanhado, assim como vocês, todos aqueles que estão acorrentados, os ornamentos dos santos, e aqueles que são de fato os diademas dos verdadeiros eleitos de Deus e de nosso Senhor; e porque as fortes raízes de vossa fé, falando de dias a muito tempo transcorridos, suportaram até agora, e trouxeram frutos a nosso Senhor Jesus Cristo, que por nossos pecados sofreu até a morte, [mas] "que Deus ressuscitou da morte, tendo afrouxado as faixas do túmulo". "No qual, embora não O vejam, acreditem, e acreditando, regozijem-se em inexprimível alegria e cheios de glória"; onde todos os homens desejam entrar, sabendo que "pela graça vocês serão salvos, não pelas obras", mas pela vontade de Deus através de Jesus Cristo.

II. Exortação à Virtude. Por causa disso, cinjam suas cinturas, "sirvam o Senhor no temor" e na verdade, como aquele que tem renunciado ao inútil, as conversas vãs e os erros da multidão, e "acreditado n’Aquele que ressuscitou nosso Senhor Jesus Cristo da morte, e Lhe deu a glória", e um trono a sua direita. Por Ele todas as coisas no Céu e na Terra estão subordinadas. A Ele todo espírito serve. Ele vem como o Juiz dos viventes e dos mortos. Deus pedirá conta do sangue d’Ele por aqueles que não acreditam n’Ele. Mas Aquele que ressuscitou dentre os mortos também nos ressuscitará, se fizermos sua vontade e seguirmos seus mandamentos, e se amarmos o que Ele amou, abstendo-nos de toda injustiça, arrogância, amor ao dinheiro, murmurações, falsos testemunhos, "não pagando mal por mal, injúria por injúria", golpe por golpe, maldição por maldição, mas sendo misericordiosos por causa do que o Senhor disse em seus ensinamentos: "Não julguem para não serem julgados; perdoem e serão perdoados; sejam misericordiosos e alcançarão misericórdia; pois com o que medirem vocês serão medidos"; e uma vez mais: "Abençoados são os pobres, e aqueles que são perseguidos por causa da verdade, pois deles é o Reino de Deus".

III. Fé, esperança e caridade. Não é por mim mesmo, irmãos, que lhes escrevo sobre a justiça, e sim porque vocês me pediram primeiro. Pois nem eu, nem ninguém como eu, podemos chegar à sabedoria do abençoado e glorificado Paulo. Ele, estando entre vocês, comunicou com exatidão e força a palavra da verdade na presença daqueles que estão vivos ainda. E quando vos deixou, escreveu-lhes uma carta, que, se a estudarem com cuidado, encontrarão o sentido de terem sido erguidos na fé que lhes foi dada, e que, sendo seguida da esperança e precedida pelo amor para com Deus e Cristo, assim como para nosso próximo, "é a mãe de todos nós". Pois todo aquele que permanecer nessas virtudes, este cumpriu os mandamentos da justiça. Pois quem permanece na caridade está longe de todo pecado.

IV. Várias exortações. "Mas o amor pelo dinheiro é a raiz de todo os males". “Sabendo, por tanto, que assim como nós não trouxemos nada ao mundo, nós não podemos levar nada dele”, revistam-se com a arma da justiça; e aprendamos nós mesmos, antes de tudo, a caminhar nos mandamentos do Senhor. Depois, [ensinem] suas esposas [a andar] na fé dada a elas, e na caridade e na pureza, amando ternamente seus únicos maridos com toda a fidelidade, e amando todos [os outros] igualmente com toda a castidade; e a educar suas crianças no conhecimento e no temor de Deus. Ensinem as viúvas a serem discretas, como diz a fé de nosso Senhor, orando continuamente por todos, permanecendo longe de toda calúnia, murmuração, falso testemunho, amor ao dinheiro, e todo tipo de mal; sabendo que são o altar de Deus, que percebe claramente todas as coisas, e que nada Lhe é escondido, nem raciocínios, nem pensamentos, nem as coisas secretas do coração.

V. Os deveres dos diáconos, jovens e virgens. Sabendo, portanto, que "Deus não é fingido", precisamos caminhar dignos de Seus mandamentos e de sua glória. Da mesma maneira os diáconos devem ser inocentes diante da face de Sua justiça, como sendo servos de Deus e de Cristo, e não dos homens. Eles não devem ser caluniadores, falsos, ou amantes do dinheiro, mas temperados em tudo, misericordiosos, trabalhadores, andando de acordo com os mandamentos do Senhor, que foi o servo de todos. Se lhe somos agradáveis no tempo presente, também receberemos o mundo vindouro, de acordo com o que Ele prometeu a nós, de que Ele nos ressuscitará da morte, e que se nós vivemos condizentes com Ele, "nós reinaremos junto com Ele" se ao menos tivermos fé. Da mesma maneira, que os jovens também sejam irrepreensíveis em todas as coisas, sendo especialmente cuidadosos para preservar a pureza, e mantendo-se, como que um freio, de todo tipo de mal. Pois é bom que eles cortem fora toda a luxúria que existe neste mundo, pois "todo desejo da carne luta contra o espírito"; e "nenhum fornicador, nem efeminado, nem aquele que abusa de si mesmo com os outros terá parte no reino de Deus", nem quem faz ações inconsistentes e indevidas. Por isso, é preciso que eles se abstenham de todas essas coisas, permanecendo obedientes aos presbíteros e diáconos, assim como a Deus e a Cristo. As virgens devem andar com uma consciência inocente e pura.

VI. Os deveres dos presbíteros e dos outros. Os presbíteros devem ser compassivos e misericordiosos com todos, trazendo de volta aqueles que saíram do caminho reto, visitando os doentes, sem desprezar a viúva, o órfão, ou o pobre, mas sempre "provendo a este o que é bom diante de Deus e dos homens"; abstendo-se de toda cólera, respeitando as pessoas, e não fazendo julgamentos injustos; mantendo-se longe de toda cobiça, sem pensar mal rapidamente de ninguém, sem serem severos demais nos julgamentos, sabendo que nós todos estamos sobre o débito do pecado. E se nós suplicamos ao Senhor para nos perdoar, também nós devemos perdoar os outros; pois nós estamos diante dos olhos de nosso Senhor e Deus, e "todos nós deveremos comparecer ao tribunal de Cristo, e deveremos todos dar conta de nós mesmos". Por isso devemos servi-lo no temor, e com toda e reverência, conforme Ele mesmo nos manda, da mesma maneira que os apóstolos nos ensinaram no Evangelho, e da mesma maneira que os profetas proclamaram a vinda do Senhor. Sejamos zelosos na busca do que é bom, mantendo-nos longe das causas de ofensa, de falsos irmãos, e daqueles que hipocritamente proclamam o nome do Senhor, fazendo os homens vãos caírem no erro.

VII. Contra o docetismo. Perseverar no jejum e na oração. "Pois que não confessar que Jesus Cristo veio na carne [encarnou], este é anticristo"; e quem não confessar o testemunho da cruz, este é do demônio; e quem perverter as profecias do Senhor para sua própria satisfação, e diz que não há nem ressurreição nem julgamento, este é o primeiro nascido de Satanás. Por isso abandonemos os discursos vãos das multidões, e suas falsas doutrinas, e voltemos aos ensinamentos que nos foram dados desde o princípio; "permaneçamos sóbrios na oração", e perseveremos no jejum; suplicando em nossas orações ao Deus que vê tudo "para que não nos deixe cair em tentação", pois o Senhor disse: "O espírito está pronto, nas a carne é fraca".

VIII. Perseverar na esperança e na paciência. Continuemos perseverando em nossa esperança, nas primícias da justiça, que é Jesus Cristo, "que carregou nossos pecados em seu próprio corpo no madeiro da cruz", "que não cometeu pecado, nem foi achada astúcia em Sua boca", mas suportou todas as coisas por nós, para que pudéssemos viver n’Ele. Sejamos imitadores de Sua paciência; e se nós sofremos pelo nome d’Ele, seremos glorifiquemos Ele. Pois este é o exemplo que Ele mesmo nos deu, e que nós temos acreditado.

IX. Exortação à paciência. Eu os exorto, portanto, a obedecerem atenciosamente à palavra da justiça, e a exercitarem a paciência, assim como vocês têm visto diante de seus olhos, não somente no caso dos abençoados Inácio, Zózimo e Rufo, mas também no caso dos outros que estão entre vocês, no próprio Paulo, e no restante dos apóstolos. [Façam isso] na certeza de que todos estes não caminharam em vão, mas na fé a na justiça, e na certeza de que eles estão [agora] no lugar que lhes corresponde na presença do Senhor, com quem eles também sofreram. Eles não amaram o século presente, mas Aquele que morreu por nós e que, por nossa causa, foi ressuscitado por Deus da morte.

 X. Exortação na prática da virtude. Permaneçam, portanto, nestas coisas, e sigam o exemplo do Senhor, permanecendo firmes e imutáveis na fé, amando o próximo, e permanecendo unidos uns aos outros, gozando juntos da verdade, mostrando a mansidão do Senhor nas suas relações com o próximo, sem desprezar ninguém. Quando puderem fazer o bem, não o posterguem, pois "a esmola livra da morte". Todos vocês estão submetidos uns aos outros tendo uma conduta justa entre os gentios, para que vocês recebam em dobro a recompensa de suas boas obras, e para que o Senhor não seja blasfemado por causa de vocês. Mas coitado é aquele por quem o nome do Senhor é blasfemado! Ensinem, portanto, a sobriedade a todos, e a manifestem em sua própria conduta.

 XI. Expressão de pena por causa de Valente. Eu estou muito triste por Valente, que foi presbítero entre vocês, pois ele não entendeu completamente o cargo que foi lhe dado [na Igreja]. Exorto-os, portento, que se abstenham da avareza, e que sejam castos e verdadeiros. "Abstenham-se de todo tipo de mal". Pois se um homem não pode se governar nestes assuntos, como pode ensina-los aos outros? Se um homem não se mantém longe da avareza, ele se desonra pela idolatria, e deve ser julgado como um dos pagãos. Mas quem de nós está ignorando o julgamento do Senhor? "Não sabemos nós que os santos devem julgar o mundo?", como Paulo ensina. Mas eu nem vi nem ouvi nada semelhante entre vocês, no meio daqueles com quem Paulo trabalhou, e que estão louvados no início de sua epístola. Com efeito, ele se gloria de vocês diante de todas as Igrejas que sozinhas conheciam o Senhor; mas nós [de Esmirna] ainda não O conhecíamos. Eu estou profundamente entristecido, pois, irmãos, por ele (Valente) e por sua esposa; a quem o Senhor talvez conceda uma penitência verdadeira! E sejam vocês sóbrios em atenção e este assunto, e "não os olhe como inimigos", mas chame-os de volta como membros sofredores e perdidos, pois vocês devem salvar todo o corpo. Agindo assim vocês edificam-se a si mesmos. XII. Exortação a várias virtudes. Por isso acredito que vocês estão bem versados nas Sagradas Escrituras, e que nada é escondido de vocês; mas a mim este privilégio não é ainda garantido. Pois está declarado nas Escrituras, "Enfureçam-se, e não pequem mais", e "Não deixem que o Sol se ponha sobre sua ira". Feliz é quem se lembra disso, o que eu acredito seja o caso de vocês. Que o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, e Ele mesmo, que é o Filho de Deus, e nosso eterno Pontífice edifique-os na fé e na verdade, e em toda mansidão, gentileza, paciência, magnanimidade, tolerância e pureza; e Ele lhes dê parte de sua herança entre os santos, e a nós convosco, e a todos os que estão debaixo do céu, que creem em nosso Senhor Jesus Cristo, e em Seu Pai, que "O ressuscitou dentre os mortos". Orem por todos os santos. Orem também pelos reis, e pelas autoridades, e príncipes, e por aqueles que vos perseguem e vos odeiam, e pelos inimigos da cruz, de modo que seu fruto seja manifestado a todos, e que vocês sejam perfeitos n’Ele.

XIII. A respeito da transmissão das cartas. Vocês e Inácio escreveram-me, para que se alguém for [daqui] para a Síria, que levassem a carta de vocês; eu atenderei esta requisição se eu encontrar uma boa oportunidade, pessoalmente, ou através de outra pessoa, que vos sirva de mensageiro. Quanto às cartas de Inácio, as que ele nos enviou e as outras que pudermos ter aqui, nós vo-las enviaremos como pedistes. Vão anexas. Podereis retirar delas grande utilidade; pois, encerram fé, paciência e toda espécie de edificação relativa a nosso Senhor. Qualquer outra informação que vocês conseguirem a respeito de Inácio e daqueles que estão com ele, tenham a gentileza de nos informar.

XIV. Conclusão. Estas coisas eu tenho escrito a vocês através de Crescente, a quem recentemente lhes recomendei e agora lhes recomendo novamente. Ele tem crescido irrepreensível entre nós, e eu creio que será da mesma maneira entre vocês. Também vocês irão receber sua irmã, quando ela chegar entre vocês. Sejam salvos em nosso Senhor Jesus Cristo [Incolumes estote in domino Iesu Christo]. Que a graça esteja com todos vocês. Amém.

Oração a São Policarpo de Esmirna

“Ó Deus, que destes o São Policarpo a graça de conhecer-vos tão profundamente a ponto de entregar sua vida pelo testemunho do vosso Santo Nome, dai-nos, por sua intercessão, o amor e a coragem para testemunharmos a fé onde quer que seja preciso, para a glória do vosso Nome, amém. São Policarpo rogue por nós.”Assim seja.


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