PAIS
DA IGREJA PRIMITIVA
São
Policarpo de Esmirna
Biografia:
São Policarpo, "pai" da Igreja Primitiva, conhecido também como São Policarpo de
Esmirna, foi discípulos de São João Evangelista. Ainda no tempo dos Apóstolos,
foi nomeado bispo da cidade de Esmirna, na atual Turquia. O grande Santo
Irineu, bispo de Lyon, foi seu discípulo, continuador e biógrafo. Policarpo
nasceu numa família cristã, rica e nobre, no ano 69, em Esmirna.
A Igreja de Esmirna era uma das comunidades cristãs que vivia intensamente a palavra de Deus, cuja recebe a consolação do próprio Cristo enviada por São João, conforme está escrito em Apoc. 2, 8-11.
Foi discípulo
de São João e teve a graça de conhecer outros apóstolos do grupo dos doze, que
conviveram com Jesus. Batizado, tornou-se exemplo íntegro de fé e vida, respeitado
até pelos adversários.
Sua dedicação e exemplo de santidade levaram São
João Evangelista a sagrá-lo bispo de Esmirna. O bispo Policarpo foi amigo de
Santo Inácio Antioquia. Este mártir esteve em sua residência quando caminhava
para o martírio em Roma, no ano 107. Inácio escreveu cartas a Policarpo e à
Igreja de Esmirna antes de ser entregue às feras no Coliseu Romano. Nessas
cartas, ele enaltece as qualidades de Policarpo, zeloso bispo.
No tempo do Papa Aniceto, São Policarpo visitou a
cidade de Roma, como representante das igrejas da Ásia. Sua missão era discutir
com os coirmãos a mudança da celebração da Páscoa, que, então, era comemorada
em dias diferentes no Ocidente e no Oriente. Apesar de, naquela época, não
chegarem a um acordo, despediram-se celebrando a liturgia juntos, numa
demonstração de união na fé, que não foi abalada pelas divergências em questões
de liturgia.
São Policarpo foi um bispo menos interessado na
administração eclesiástica. Sua vocação era a de Pastor. Sua alegria era
fortalecer a fé das ovelhas de seu rebanho. Neste sentido, ele escreveu
inúmeras cartas. Infelizmente, porém, somente uma ficou preservada. Esta foi
enviada aos filipenses, em 110.
Nela, São Policarpo exalta a fé em Jesus
Cristo, fé que precisa ser confirmada no trabalho árduo, diário e no dia a dia
dos cristãos. Ela também cita trechos da famosa Carta de São Paulo aos
Filipenses e os Santos Evangelhos. Policarpo repetiu ainda nesta carta as muitas
e preciosas informações que ele próprio recebera diretamente dos apóstolos,
especialmente de São João Evangelista. Por isso, a Igreja concedeu a ele o
título de "Padre Apostólico". Assim, aliás, foram chamados os
primeiros discípulos dos doze apóstolos.
Durante a dura perseguição do imperador Marco
Aurélio, São Policarpo, em oração, teve uma visão profética a cerca do martírio
que o aguardava. Tal visão aconteceu três dias antes de ele ser preso. Por
isso, ele avisou aos irmãos na fé que seria queimado vivo. Assim, estando ele
em oração, foi preso pelas forças do imperador romano e levado a julgamento.
São
Policarpo foi julgado por um pro cônsul chamado Estácio Quadrado. Este insistia raivosamente para que o santo
renegasse a Jesus Cristo. Policarpo, porém, disse em alta voz no
tribunal: "Eu tenho servido a Cristo por 86 anos e ele
nunca me fez nada de mal. Como posso blasfemar contra meu Redentor? Ouça bem
claro: eu sou cristão"! Por
isso, ele foi condenado à morte pelo fogo. Ele próprio fez questão de subir os
degraus para a fogueira. De lá, gritou para todo o povo que assistia seu
martírio: "Sede bendito para sempre, ó Senhor; que o
vosso nome adorável seja glorificado por todos os séculos".
De certa forma, porém, a profecia de São Policarpo
não se cumpriu exatamente como ele previra. Os relatos narram que, mesmo com
toda a intensidade da fogueira à sua volta e a seus pés, o fogo não lhe fez mal
algum. Impressionados, os carrascos decidiram matá-lo à espada. Somente depois
de morto seu corpo foi queimado. Nesse momento ele exalou um forte aroma de pão
cozido. Os discípulos de São Policarpo recolheram o que restou de seus ossos e
depositaram numa sepultura digna. Seu martírio foi descrito um ano após sua morte,
numa carta de 23 de fevereiro de 156. A carta foi enviada pelos cristãos de
Esmirna aos irmãos da igreja de Filomélio. Esta carta é, aliás, o registro mais
antigo que existe do martirológio cristão.
ESMIRNA
São Policarpo exorta não só
apenas o clero mas a todos os cristãos para que sejam autênticos discípulos de
Jesus Cristo, cada qual na missão em que foi chamado:
ESMIRNA
A cidade de cinco mil
anos é uma das cidades mais antigas da bacia de Mediterrâneo. A cidade
original foi estabelecida por volta do 3º milênio a.C., quando
compartilhou com Troia a cultura mais importante da Anatólia.
Por volta de 1 500 a.C. tinha caído na influência
do Império Hitita da Anatólia Central.
De acordo com
historiadores e mitógrafos gregos, as cidades da costa asiática do Mar
Egeu, Mirina, Cime, Esmirna e Éfeso,
haviam sido conquistadas pelas amazonas; Archibald Henry
Sayce interpreta este mito como se estas amazonas fossem as sacerdotisas
das deusas asiáticas, cujo culto se espalhou a partir
de Carquemis com as conquistas hititas.
Segundo
o historiador grego Heródoto de Halicarnasso, a cidade
foi primeiro estabelecida pelos Eólios, mas foi logo depois tomada
pelos Jônicos, que a tornaram um dos maiores centros culturais e comerciais
do mundo na época. No 1º milênio a.C., Esmirna era uma das cidades mais
importantes da Federação Jônica. Acredita-se
que Homero lá residiu durante este período.
A conquista da cidade
pelos Lídios por volta de 600 a.C. trouxe fim a este
período. Esmirna permaneceu como pouco mais que uma aldeia da Lídia e depois
caiu sob o domínio persa. Antes do século IV a.C., uma nova cidade
foi construída nas encostas do monte Pagos (Kadifekale), durante o
reino de Alexandre, o Grande. O período romano de Esmirna, que
começa antes do século I a.C., foi a sua segunda grande era. Esmirna ficou
depois conhecida como uma das Sete Igrejas da Ásia, à qual o Livro da
Revelação (Apocalipse) foi enviado pelo apóstolo João. O domínio
bizantino chegou no século IV d.C.e durou até à
conquista seljúcida no século XI.
Em 1415, sob o poder
do sultão Maomé I, o Cavalheiro, Esmirna tornou-se parte
do Império Otomano. A cidade ficou conhecida como um dos portos mais
importantes do mundo entre os séculos XVII e XIX, quando os comerciantes de
várias origens (especialmente Franceses, Italianos, Neerlandeses, Armênios, Judeus e Gregos)
transformaram a cidade em um centro de comércio cosmopolita. Durante este
período, a cidade foi famosa pela sua própria marca da música (Smyrneika)
bem como pela sua larga variedade de produtos que exportou para
a Europa (passas de Esmirna, figos secos, tapetes,
etc.).
Esmirna (em turco: İzmir; em grego: Σμύρνη; transl.: Smýrni; também conhecida
noutras línguas como Smyrna e Smirne) é uma cidade
do sudoeste da Turquia situada na Região do Egeu. É
capital da área metropolitana (büyükşehir belediyesi) e
da província homónima. Em 2012, a população da área metropolitana era
3 366 947 habitantes, o que faz dela a terceira maior cidade da
Turquia, a seguir a Istambul e Ancara. No mesmo ano,
o distrito de İzmir propriamente dito tinha 76 598 habitantes,
dos quais 59 214 no que é considerado o centro urbano (merkez). A
altitude média da cidade é de 30 m.
De acordo com estudos
etimológicos sobre Esmirna, a palavra Smyrne, em grego significa
uma especiaria que em língua portuguesa se traduz como mirra.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Esmirna
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Fiquemos, agora, com a
belíssima Carta que São Policarpo escreveu aos filipenses exortando-os para que
perseveram na doutrina, na caridade, a amor e as virtudes dando pleno
testemunho de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Epístola
de São Policarpo aos Filipenses
Policarpo
e os presbíteros que estão junto dele, à Igreja de Deus que está em Filipos:
Piedade a vocês, e paz do Todo-poderoso Deus, e do Senhor Jesus Cristo, nosso
Salvador, sejam multiplicadas.
I. Exortação aos Filipenses Tenho me alegrado
grandemente convosco em nosso Senhor Jesus Cristo, pois vocês têm seguido o
exemplo do verdadeiro amor [como mostrado por Deus], e tenho acompanhado, assim
como vocês, todos aqueles que estão acorrentados, os ornamentos dos santos, e
aqueles que são de fato os diademas dos verdadeiros eleitos de Deus e de nosso
Senhor; e porque as fortes raízes de vossa fé, falando de dias a muito tempo
transcorridos, suportaram até agora, e trouxeram frutos a nosso Senhor Jesus
Cristo, que por nossos pecados sofreu até a morte, [mas] "que Deus
ressuscitou da morte, tendo afrouxado as faixas do túmulo". "No qual,
embora não O vejam, acreditem, e acreditando, regozijem-se em inexprimível
alegria e cheios de glória"; onde todos os homens desejam entrar, sabendo
que "pela graça vocês serão salvos, não pelas obras", mas pela
vontade de Deus através de Jesus Cristo.
II. Exortação à
Virtude. Por causa disso, cinjam suas cinturas, "sirvam o Senhor no
temor" e na verdade, como aquele que tem renunciado ao inútil, as
conversas vãs e os erros da multidão, e "acreditado n’Aquele que
ressuscitou nosso Senhor Jesus Cristo da morte, e Lhe deu a glória", e um
trono a sua direita. Por Ele todas as coisas no Céu e na Terra estão
subordinadas. A Ele todo espírito serve. Ele vem como o Juiz dos viventes e dos
mortos. Deus pedirá conta do sangue d’Ele por aqueles que não acreditam n’Ele.
Mas Aquele que ressuscitou dentre os mortos também nos ressuscitará, se
fizermos sua vontade e seguirmos seus mandamentos, e se amarmos o que Ele amou,
abstendo-nos de toda injustiça, arrogância, amor ao dinheiro, murmurações,
falsos testemunhos, "não pagando mal por mal, injúria por injúria",
golpe por golpe, maldição por maldição, mas sendo misericordiosos por causa do
que o Senhor disse em seus ensinamentos: "Não julguem para não serem
julgados; perdoem e serão perdoados; sejam misericordiosos e alcançarão
misericórdia; pois com o que medirem vocês serão medidos"; e uma vez mais:
"Abençoados são os pobres, e aqueles que são perseguidos por causa da
verdade, pois deles é o Reino de Deus".
III. Fé, esperança e
caridade. Não é por mim mesmo, irmãos, que lhes escrevo sobre a justiça, e sim
porque vocês me pediram primeiro. Pois nem eu, nem ninguém como eu, podemos
chegar à sabedoria do abençoado e glorificado Paulo. Ele, estando entre vocês,
comunicou com exatidão e força a palavra da verdade na presença daqueles que
estão vivos ainda. E quando vos deixou, escreveu-lhes uma carta, que, se a
estudarem com cuidado, encontrarão o sentido de terem sido erguidos na fé que
lhes foi dada, e que, sendo seguida da esperança e precedida pelo amor para com
Deus e Cristo, assim como para nosso próximo, "é a mãe de todos nós".
Pois todo aquele que permanecer nessas virtudes, este cumpriu os mandamentos da
justiça. Pois quem permanece na caridade está longe de todo pecado.
IV. Várias exortações.
"Mas o amor pelo dinheiro é a raiz de todo os males". “Sabendo, por
tanto, que assim como nós não trouxemos nada ao mundo, nós não podemos levar
nada dele”, revistam-se com a arma da justiça; e aprendamos nós mesmos, antes
de tudo, a caminhar nos mandamentos do Senhor. Depois, [ensinem] suas esposas
[a andar] na fé dada a elas, e na caridade e na pureza, amando ternamente seus
únicos maridos com toda a fidelidade, e amando todos [os outros] igualmente com
toda a castidade; e a educar suas crianças no conhecimento e no temor de Deus.
Ensinem as viúvas a serem discretas, como diz a fé de nosso Senhor, orando
continuamente por todos, permanecendo longe de toda calúnia, murmuração, falso
testemunho, amor ao dinheiro, e todo tipo de mal; sabendo que são o altar de
Deus, que percebe claramente todas as coisas, e que nada Lhe é escondido, nem
raciocínios, nem pensamentos, nem as coisas secretas do coração.
V. Os deveres dos
diáconos, jovens e virgens. Sabendo, portanto, que "Deus não é
fingido", precisamos caminhar dignos de Seus mandamentos e de sua glória.
Da mesma maneira os diáconos devem ser inocentes diante da face de Sua justiça,
como sendo servos de Deus e de Cristo, e não dos homens. Eles não devem ser
caluniadores, falsos, ou amantes do dinheiro, mas temperados em tudo,
misericordiosos, trabalhadores, andando de acordo com os mandamentos do Senhor,
que foi o servo de todos. Se lhe somos agradáveis no tempo presente, também
receberemos o mundo vindouro, de acordo com o que Ele prometeu a nós, de que
Ele nos ressuscitará da morte, e que se nós vivemos condizentes com Ele,
"nós reinaremos junto com Ele" se ao menos tivermos fé. Da mesma
maneira, que os jovens também sejam irrepreensíveis em todas as coisas, sendo
especialmente cuidadosos para preservar a pureza, e mantendo-se, como que um
freio, de todo tipo de mal. Pois é bom que eles cortem fora toda a luxúria que
existe neste mundo, pois "todo desejo da carne luta contra o
espírito"; e "nenhum fornicador, nem efeminado, nem aquele que abusa
de si mesmo com os outros terá parte no reino de Deus", nem quem faz ações
inconsistentes e indevidas. Por isso, é preciso que eles se abstenham de todas
essas coisas, permanecendo obedientes aos presbíteros e diáconos, assim como a
Deus e a Cristo. As virgens devem andar com uma consciência inocente e pura.
VI. Os deveres dos
presbíteros e dos outros. Os presbíteros devem ser compassivos e
misericordiosos com todos, trazendo de volta aqueles que saíram do caminho
reto, visitando os doentes, sem desprezar a viúva, o órfão, ou o pobre, mas
sempre "provendo a este o que é bom diante de Deus e dos homens";
abstendo-se de toda cólera, respeitando as pessoas, e não fazendo julgamentos
injustos; mantendo-se longe de toda cobiça, sem pensar mal rapidamente de
ninguém, sem serem severos demais nos julgamentos, sabendo que nós todos
estamos sobre o débito do pecado. E se nós suplicamos ao Senhor para nos
perdoar, também nós devemos perdoar os outros; pois nós estamos diante dos
olhos de nosso Senhor e Deus, e "todos nós deveremos comparecer ao
tribunal de Cristo, e deveremos todos dar conta de nós mesmos". Por isso
devemos servi-lo no temor, e com toda e reverência, conforme Ele mesmo nos manda,
da mesma maneira que os apóstolos nos ensinaram no Evangelho, e da mesma
maneira que os profetas proclamaram a vinda do Senhor. Sejamos zelosos na busca
do que é bom, mantendo-nos longe das causas de ofensa, de falsos irmãos, e
daqueles que hipocritamente proclamam o nome do Senhor, fazendo os homens vãos
caírem no erro.
VII. Contra o
docetismo. Perseverar no jejum e na oração. "Pois que não confessar que
Jesus Cristo veio na carne [encarnou], este é anticristo"; e quem não
confessar o testemunho da cruz, este é do demônio; e quem perverter as
profecias do Senhor para sua própria satisfação, e diz que não há nem
ressurreição nem julgamento, este é o primeiro nascido de Satanás. Por isso
abandonemos os discursos vãos das multidões, e suas falsas doutrinas, e
voltemos aos ensinamentos que nos foram dados desde o princípio;
"permaneçamos sóbrios na oração", e perseveremos no jejum; suplicando
em nossas orações ao Deus que vê tudo "para que não nos deixe cair em
tentação", pois o Senhor disse: "O espírito está pronto, nas a carne
é fraca".
VIII. Perseverar na
esperança e na paciência. Continuemos perseverando em nossa esperança, nas
primícias da justiça, que é Jesus Cristo, "que carregou nossos pecados em
seu próprio corpo no madeiro da cruz", "que não cometeu pecado, nem
foi achada astúcia em Sua boca", mas suportou todas as coisas por nós,
para que pudéssemos viver n’Ele. Sejamos imitadores de Sua paciência; e se nós
sofremos pelo nome d’Ele, seremos glorifiquemos Ele. Pois este é o exemplo que
Ele mesmo nos deu, e que nós temos acreditado.
IX. Exortação à
paciência. Eu os exorto, portanto, a obedecerem atenciosamente à palavra da
justiça, e a exercitarem a paciência, assim como vocês têm visto diante de seus
olhos, não somente no caso dos abençoados Inácio, Zózimo e Rufo, mas também no
caso dos outros que estão entre vocês, no próprio Paulo, e no restante dos
apóstolos. [Façam isso] na certeza de que todos estes não caminharam em vão,
mas na fé a na justiça, e na certeza de que eles estão [agora] no lugar que
lhes corresponde na presença do Senhor, com quem eles também sofreram. Eles não
amaram o século presente, mas Aquele que morreu por nós e que, por nossa causa,
foi ressuscitado por Deus da morte.
X. Exortação na prática da virtude.
Permaneçam, portanto, nestas coisas, e sigam o exemplo do Senhor, permanecendo
firmes e imutáveis na fé, amando o próximo, e permanecendo unidos uns aos
outros, gozando juntos da verdade, mostrando a mansidão do Senhor nas suas
relações com o próximo, sem desprezar ninguém. Quando puderem fazer o bem, não
o posterguem, pois "a esmola livra da morte". Todos vocês estão
submetidos uns aos outros tendo uma conduta justa entre os gentios, para que
vocês recebam em dobro a recompensa de suas boas obras, e para que o Senhor não
seja blasfemado por causa de vocês. Mas coitado é aquele por quem o nome do
Senhor é blasfemado! Ensinem, portanto, a sobriedade a todos, e a manifestem em
sua própria conduta.
XI. Expressão de pena por causa de Valente. Eu
estou muito triste por Valente, que foi presbítero entre vocês, pois ele não
entendeu completamente o cargo que foi lhe dado [na Igreja]. Exorto-os,
portento, que se abstenham da avareza, e que sejam castos e verdadeiros.
"Abstenham-se de todo tipo de mal". Pois se um homem não pode se
governar nestes assuntos, como pode ensina-los aos outros? Se um homem não se
mantém longe da avareza, ele se desonra pela idolatria, e deve ser julgado como
um dos pagãos. Mas quem de nós está ignorando o julgamento do Senhor? "Não
sabemos nós que os santos devem julgar o mundo?", como Paulo ensina. Mas
eu nem vi nem ouvi nada semelhante entre vocês, no meio daqueles com quem Paulo
trabalhou, e que estão louvados no início de sua epístola. Com efeito, ele se
gloria de vocês diante de todas as Igrejas que sozinhas conheciam o Senhor; mas
nós [de Esmirna] ainda não O conhecíamos. Eu estou profundamente entristecido,
pois, irmãos, por ele (Valente) e por sua esposa; a quem o Senhor talvez
conceda uma penitência verdadeira! E sejam vocês sóbrios em atenção e este
assunto, e "não os olhe como inimigos", mas chame-os de volta como
membros sofredores e perdidos, pois vocês devem salvar todo o corpo. Agindo
assim vocês edificam-se a si mesmos. XII. Exortação a várias virtudes. Por isso
acredito que vocês estão bem versados nas Sagradas Escrituras, e que nada é
escondido de vocês; mas a mim este privilégio não é ainda garantido. Pois está
declarado nas Escrituras, "Enfureçam-se, e não pequem mais", e
"Não deixem que o Sol se ponha sobre sua ira". Feliz é quem se lembra
disso, o que eu acredito seja o caso de vocês. Que o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, e Ele mesmo, que é o Filho de Deus, e nosso eterno Pontífice
edifique-os na fé e na verdade, e em toda mansidão, gentileza, paciência,
magnanimidade, tolerância e pureza; e Ele lhes dê parte de sua herança entre os
santos, e a nós convosco, e a todos os que estão debaixo do céu, que creem em
nosso Senhor Jesus Cristo, e em Seu Pai, que "O ressuscitou dentre os
mortos". Orem por todos os santos. Orem também pelos reis, e pelas
autoridades, e príncipes, e por aqueles que vos perseguem e vos odeiam, e pelos
inimigos da cruz, de modo que seu fruto seja manifestado a todos, e que vocês
sejam perfeitos n’Ele.
XIII. A respeito da
transmissão das cartas. Vocês e Inácio escreveram-me, para que se alguém for
[daqui] para a Síria, que levassem a carta de vocês; eu atenderei esta
requisição se eu encontrar uma boa oportunidade, pessoalmente, ou através de outra
pessoa, que vos sirva de mensageiro. Quanto às cartas de Inácio, as que ele nos
enviou e as outras que pudermos ter aqui, nós vo-las enviaremos como pedistes.
Vão anexas. Podereis retirar delas grande utilidade; pois, encerram fé,
paciência e toda espécie de edificação relativa a nosso Senhor. Qualquer outra
informação que vocês conseguirem a respeito de Inácio e daqueles que estão com
ele, tenham a gentileza de nos informar.
XIV. Conclusão. Estas
coisas eu tenho escrito a vocês através de Crescente, a quem recentemente lhes
recomendei e agora lhes recomendo novamente. Ele tem crescido irrepreensível
entre nós, e eu creio que será da mesma maneira entre vocês. Também vocês irão
receber sua irmã, quando ela chegar entre vocês. Sejam salvos em nosso Senhor
Jesus Cristo [Incolumes estote in domino Iesu Christo]. Que a graça esteja com
todos vocês. Amém.
Oração a São Policarpo de Esmirna
“Ó Deus, que
destes o São Policarpo a graça de conhecer-vos tão profundamente a ponto de
entregar sua vida pelo testemunho do vosso Santo Nome, dai-nos, por sua
intercessão, o amor e a coragem para testemunharmos a fé onde quer que seja
preciso, para a glória do vosso Nome, amém. São Policarpo rogue por nós.”Assim
seja.
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